O
ursinho atrevido
Jaqueline
Marli da Costa
Era
uma vez um ursinho muito preguiçoso que se chamava Fred. Ele era marrom e vivia
lá longe na floresta.
Um
dia ele acordou depois de muito tempo de hibernação, espreguiçando.
___
Ai, ai, dormir dá uma foooooome danada! Ai que vontade de comer um pote
delicioso de mel bem fresquinho! Hum, onde será que vou encontrar? Deixa eu
pensar...
O
ursinho pensou... pensou ... __Já sei!!! Não, não, não, isso não!
E
pensou... pensou... pensou...__Ha hã! Não, não, não, não, isso também não! Hum,
vejamos...E continuava a pensar. Então teve uma ideia:
___
Há rá! Essa sim é uma boa ideia! Já sei onde vou achar um mel muito
gostoso!!!!!
Ele
se lembrou de uma colmeia lá do outro lado do rio. Era das abelhas africanas.
___
Mas como vou fazer pra pegar o mel, sem que me vejam? Pensou...pensou...pensou...
e não teve nenhuma ideia.
Pensou...
Pensou... Pensou mais um pouco.
___
Há, vou esperar as abelhas saírem da colmeia para pegar mais polem e depois eu apanho
mel e saio correndo. Yés!!! É isso mesmo que vou fazer. E ponto final.
Lá
se foi o urso andando todo desajeitado.
Quando
chegou pertinho da colmeia, ficou bem escondido atrás da moita de capim,
esperando a hora certa pra apanhar o tão desejado mel.
Estava
tão distraído que nem viu outro urso preto ali perto escondido.
Este
lhe disse:
___
O que faz aí, amigo!
___
Estou esperando as abelhas africanas saírem para o trabalho, para eu apanhar um
pouco de mel.
___
Se eu fosse você, não ia até lá. Pode ser perigoso!
Mas
o urso nem ligou para o que o outro disse. Quando viu as abelhas saindo, foi se
aproximando, sorrateiro, bem devagarinho, e zás, meteu a pata dentro da
colmeia. Qual não foi a sua surpresa, uma dolorosa ferroada, bem no meio da sua
pata. E mais outra bem no focinho, e outra bem
na orelha . Saiu correndo e berrando pelo caminho, chorando de dor.
___
Ai, ai ai, como doem as ferroaaaaaadas! Ui, ui ui, que dooooor!
O
urso preto viu e disse:
___Viu
só, amigo! Eu bem que te avisei, mas
você não me deu ouvidos. Você sabe que a rainha fica tomando conta da colmeia e
dos bebês, enquanto as operárias saem pra apanhar o néctar das flores mais
perfumadas das árvores? E a rainha não fica só, ficam também mais algumas
abelhas guardiãs junto com ela.
E
o urso só gritava:
___
Ai, ai, ai, ui, ui, ui, mas que doooor horrííííível!!!!
E
o urso continuou:
___
Depois vai passar a dor. Dê um mergulho no rio que ajuda aliviar.
O
urso marrom caiu no rio e ficou lá um bom tempo, esperando melhorar a dor das
ferroadas. O urso preto ficou esperando ele sair da água e disse-lhe:
__Não
podemos entrar na casa dos outros e pegar as coisas sem pedir. Isso não se faz.
A rainha e as guardiãs só quiseram defender sua colmeia, por isso ferroou você.
Se você pedisse por favor um pouco
de mel, com certeza, a rainha teria lhe dado. Porque ela é muito boa. O
ursinho aprendeu a lição e nunca mais quis pegar mel sem pedir a dona rainha.
Chegou pertinho dela e disse:
__
Me desculpe, dona rainha. Nunca mais
faço isto. È que eu estou com muita vontade de comer raízes e mel. Estou com
uma fome danada! A senhora pode me dar um pouco do seu mel? Por favor!
__
Está desculpado, senhor urso. Eu vou lhe dar um pote de mel. Mas nunca mais
pegue nada dos outros sem permissão. Está bem?
O
urso concordou. Agora quando queria comer mel, o urso chegava de mansinho e
pedia. E ganhava, mas tinha que dizer obrigado!
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