domingo, 27 de janeiro de 2019

O aniversário da bruxinha Filó


O aniversário da  bruxinha Filó
                                                                       Jaqueline Marli da Costa
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            Era uma vez uma bruxinha muito bonitinha que se chamava Filó. Ela gostava de brincar com seus amigos, o gato preto, a aranha, que ela deu o nome de Ana e o morcego cego.  Morava com seus pais na Rua das Vassouras Voadoras, número 100, perto do Bosque dos Esquilos.
            ( música A bruxinha tampinha ou  Bruxinha bonitinha – Trem da alegria  - https://www.youtube.com/watch?v=Ah4P_3YycUQ)
            Às vezes ficava feliz. Mas às vezes, estava mal humorada, meio aborrecida. E quando estava assim, nenhum saco de suspiros a adoçava. Não ficava nada legal.
            Certo dia, ela acordou meio azeda e já saiu do seu quarto tropeçando no gato.
            __ Ai gato, sai da frente que se tropeço e caio, faço você virar uma bola pra jogar basquete.
            __ Ai, se vejo algum sapo hoje!!! Hum, Faço um cozido no meu caldeirão!
            __ Pára de cantar passarinho, senão vira saparinho!
            O morcego, nem se atrevia a sair voando, para não trombar com ela, pois mal podia enxergar de dia.
            A aranha Ana, nem saia perambulando pela teia, para não tropeçar e cair na cabeça da Filó, porque da outra vez, ela deu uma laçada em suas pernas compridas e ela ficou como uma estátua pendurada, sem poder se mexer.
            Sua mãe, que estava chegando das compras, vendo-a naquela aflição, perguntou:
            __ Filó, o que você tem, que está tão azeda e agitada?
            __ Ah, mamãe, não gosto nada de ficar  aqui em casa parada, sozinha sem fazer nada. Quero brincar com meus amigos, mas hoje nem tem aula para eu encontrar com eles na escola!
            __ Ah, então é isso? Você não deve descontar em seus animais de estimação. Vamos pensar em alguma coisa para te ajudar.
            E elas pensaram, pensaram, pensaram. Então a Filó teve uma ideia:
            __ Mamãe, meu aniversário está chegando. Podemos fazer uma festa à fantasia aqui em casa para eu convidar os meus amigos da escola pra vir aqui comemorar comigo?
            __ É uma ótima ideia!  Falta uma semana para seu aniversário. Temos que pensar nos preparativos e arranjos de sua festa. A decoração, os doces, o bolo, as fantasias, as músicas e os convites.
            __ Pode deixar que os convites eu mesma os faço. Sei desenhar muito bem!
            Filó ficou tão feliz que se esqueceu do mau humor e saiu cantarolando pela casa.
(música: A dona aranha https://www.youtube.com/watch?v=IqSrO26PRcM)
            A aranha, que estava à espreita tentando capturar um inseto por ali, ouviu tudo e saiu reclamando pela sala, andando de um lado para o outro, com as mãos na cabeça e quase tropeçando nas próprias pernas, que não eram poucas:
            __ Ai, ai, ai, ai, ai... Mas o que ouvi? Mas que coisa horrorosa! Vai ter uma festa aqui nesta casa? Que chatice! Ai, e se elas  limparem  as paredes? E  as minhas teias que fiz com tanto carinho, como ficam? O que vai ser delas? Onde vou viver?
             O morcego cego que estava por ali pousado na comunheira, veio meio trombando nos móveis:
            __ Ai, que chatice! Vão acender várias luzes que vão me deixar cego!
            __ Ah! Mas você não é cego,  né Zé?
            __ Ah, é mesmo! Mas mesmo assim, posso até ver as luzes rodando nessas paredes, me fazendo ficar tonto.
            __ Ôi? Mas como vai ficar tonto, se nem vai vê-las?
            __ Ah, é! É mesmo, esqueci de novo que não vejo nada com luzes ligadas!
            __ E nem apagadas rsrsrsrs!! Mas o fato é que essa festa vai ser muito ruim para nós.
            __ È mesmo, mas o que vamos fazer?
            __ Sei lá, mas precisamos fazer alguma coisa.
            E andaram de um lado para outro, tentando encontrar uma solução.
( música os caça fantasmas- https://www.youtube.com/watch?v=h1NaLlKNQlY)
            O fantasma Simão, que rondava a casa naquele momento, entra esbaforido pela sala:
            __ Uuuuuuu!!!! Uuuuuuuuu!!! Uuuuuuuuuuuuuuuu...
            Parou de fazer zoeira quando viu a aranha e o morcego andando pra lá e pra cá.
            __ U! U! U! Fez baixando o tom dos us...
            E eles nem se mexeram.
            __ Oooooooooiiiiiii!
            Mas eles nem se tocaram da presença do fantasma.
            __ Buuuuuuuuuuu! Fez ele bem no pé do ouvido da aranha.
            __ Ai, que susto seu fantasma! Você quer que eu vire uma aranha fantasma também!
            __ Desculpa! O que vocês têm que estão aí aperreados?
            __ Quem está aí? Perguntou o morcego.
            __ Iiiiixi, é outro que não me enxerga!
            __ Ai, que não enxergo mesmo, se esqueceu? É seu fantasma quem está aí?
            __ Ai... Desculpa morcego! Esqueci-me disso! Mas nem se quisesse não me viria não é? Rsrsrs.
            __ Estamos sem graça, porque a Filó vai dar uma festa aqui, e vai nos atrapalhar e tirar a paz dessa casa!
            __ O queeeeee! Uma festa? Mas nem morto que eu deixo!
            __ OOOO seu fantasma, morto o senhor já é!!!!
            __ Ai, é mesmo. Mas nem vem que não tem. Quero sossego da morte aqui nessa casa!
            __ Ai, seu fantasma, nem me fale em morte! Cruz credo! Disse a aranha, se benzendo toda.
            __ Então não vamos deixar. Vamos pensar num plano para atrapalhar. Saiu voando o fantasma.
            E andavam de um lado e de outro e nada.
             O esqueleto Leto, acordou com o vento do fantasma passando pelo seu caixão e saiu apavorado.
( Música Tumbalacatumbatumbata ou Vem dançar com a gente https://www.youtube.com/watch?v=KE7tMgm44x8)
            __ Atchim!!!! Mas o que é isso? Que vendaval é esse? Quase morri de medo agora! Acho que estou até gripado! A a a a atchimmmmmm!
            __ Mas seu esqueleto!!! Você já está morto faz tempo né? E nunca vi esqueleto espirrar! Kkkkkk
            __Ah é! Faz tempo mesmo! Disse o esqueleto, colocando os ossos da mão no queixo e fazendo uma cara de crânio voltando no tempo. __ Ai, ai... Suspirou.
            Ao sair do caixão, tropeçou no gato preto e foi aquele barulhão de ossos batendo pra todo lado.
            __ Ops, acho que tropecei!!! Disse com um sorriso amarelo, o esqueleto...
            __ Você ainda acha? Disse o fantasma.
            __ Não sobrou nenhum osso colado rsrsrs. Disse o esqueleto, se ajeitando para se levantar.
            A caveirinha do esqueleto batendo os dentes perguntou:
            __ O que foi que houve? Por que estão com essas caras?
            __ Acredita que vai haver uma festa a fantasia aqui no dia do aniversário da Filó?
            __ Ah é? Que  legal! Vou me fantasiar de Múmia! Vai ser legal! Disse o esqueleto.
            __ Ai, seu maluco! Você viaja né seu caveira! A festa vai acabar com a paz nesta casa!
            __ Múmia? Eu ouvi alguém me chamando? Saiu a múmia de dentro de uma caixa que ficava debaixo da cama no quarto do pai da Filó.
            __ Ai, alguém me ajuda? Ei pessoal,  me ajudem por favor a me desenrolar que estou doido para ir no banheiro fazer pipi? 
            Mas ninguém escutou o que a múmia pediu e o esqueleto disse:
            __Ai, que eu gosto de sossego para poder dormir no meu caixão e assim, roncar sossegado.
            __ O o o o o mas como assim! Esqueletos não roncam. Você nem tem  pulmões!!!
            __ E nem cérebro! Disse o fantasma fazendo graça.
            __ Ah é! Disse o esqueleto meio tonto.
            __ Mas e então? O que vamos fazer?
            __ Estamos tentando encontrar uma solução.
            E a múmia chegou bem perto deles e voltou a dizer:
            __ Ei pessoal, preciso ir ao banheiro, vocês podem me ajudar a me desenrolar dessas faixas? Estão muito apertadas!
            __ O o o o o múmia, você não vai ao banheiro há um tempão, desde quando era um vivente faraó se esqueceu?
            __Nossa? Faz tanto tempo assim? Puxa, nem percebi o tempo passar! Mas então, o que estão fazendo? Brincando de rodinha? Deixa eu também?
            __ Ei múmia, que brincando de rodinha que nada! Estamos pensando em como atrapalhar a festa de aniversário da Filó.
            __ Ixi, festa de aniversário?
            __ Sim!!!  Gritaram em coro.
            __ E com muitas crianças xexelentas?
            __ Sim!!!! Gritaram de novo.
            __ Iiiiiii...
            __ Chega! Vai ficar parada aí feito uma múmia?
            A múmia olhou feio para o esqueleto e retrucou:
            __ Ooo pessoal! Múmia eu já sou, se esqueceram?
            __ Ah é! Disseram em coro.
            E Todos ficaram andando de um lado para outro, pensando em alguma coisa  para atrapalhar a festa.
            Enquanto isso, no seu quarto, Filó fazia seus próprios convites para levar e entregar aos coleguinhas e à professora no dia seguinte.
            __ Hum, que desenhos posso fazer nos meus convites?
            Pensou, pensou...
            __ Ah, já sei!
            E ela se sentou no chão e desenhou várias coisas que só as bruxas sabiam desenhar. Abóboras com fogo saindo dos olhos, , caldeirão de cozinhar poções, lagartixas, velas, aranhas e morceguinhos. Ficaram lindos os convites e ela foi mostrar à mãe e ao pai.
            __ Olha papai, olha mamãe! Meus convites não ficaram lindos?
            __ Nossa, temos uma pequena-grande artista em casa!
            __ Oi!!! Vocês podem decidir, por favor? Sou pequena ou grande artista?
            Os pais se entreolharam, mas acharam melhor não dizerem mais nada.
            Enquanto isso, os outros descontentes com a festa, andavam baratinados sem saber o que fariam. A aranha falou:
            __ Acho que já sei o que vou fazer. Vou chamar minhas irmãs e quando as crianças chegarem, vamos fazer tantas teias para elas se embaraçarem, que vão assustar a todas. Crianças tem medo de aranhas.
            __ E eu vou dar voos rasantes no meio delas e ficarão horrorizada e sairão correndo! Disse o morcego.
            __ Eu farei uma ventania bem doida entrar nessa sala, que vão levantar tanta poeira, que mal vão enxergar a porta de saída rsrsrs. Disse o fantasma.
            __ Já eu, sei o que posso fazer, disse o esqueleto. Vou me esconder atrás da porta e quando abrirem vou bater meus ossos e farei um barulho tão forte, que vão sair correndo sem nem olhar para trás.
            __ E eu, disse a múmia, vou sair andando como um sonâmbulo pela sala e todos vão gritar e fazer xixi na roupa de tanto medo! Kkkkkkkkkkkkkkkk.
            E todos foram para seus lugares. Filó e sua mãe arrumaram a casa com bastantes coisas  interessantes: Docinhos em forma de caveirinhas, bolo de chocolate com perninhas falsas de aranhas enfeitando, abóboras com cara de fogo espalhadas pela casa, velas coloridas  e perfumadas. Então foram para os quartos para se vestirem e se maquiar. Ficaram prontas esperando os amiguinhos da escola chegar. Quando ouviram barulho da porta se abrindo, cada um foi entrando na sala com sua fantasia. Teve crianças, com fantasias de fantasma, de esqueletos, de gatos, de múmias, de morcegos, de bruxinhas e bruxinhos, de Frankstain...
            Quando chegaram na sala, as aranhas, comandadas pela aranha Ana, desceram pelas teias e começaram a andar nas paredes, eram tantas,  mas ninguém se preocupou com elas. As aranhas ficaram meio sem graça. Quando chegaram no outro canto da sala, ouviram  um barulho de assovio ensurdecedor e subiu uma poeira branca até o teto. Era o fantasma fazendo aquilo para assustar a meninada. Mas elas acharam o máximo e riam da situação. E ele, cada vez mais voava por entre as crianças e começou a gostar disso. O esqueleto começou a bater os ossos, e os dentes, com tanta satisfação que tropeçou de novo e  até caiu no chão. As crianças davam gritos de alegria e não de medo. Então o morcego pensou:
            __ Vou dar uns voos rasantes e essas crianças xexelentas vão sair correndo e nem vão olhar para trás.
            E saiu voando, batendo em tudo que era canto e móveis, sem enxergar por onde passava. Foi tão engraçado, que as crianças riam a valer. O morcego não teve outra saída senão pousar em cima da porta e ficar quieto sentido as dores dos “ galos” na cabeça, se refazendo daquela ironia toda. Então a múmia que nada tinha a perder, saiu andando feito um sonâmbulo, perambulando pela sala no meio das crianças. E não é que  gostaram tanto dela, que começaram a desenrolar suas faixas e ela teve que sair correndo para não ficar sem elas?
            Filó, vendo aquele alvoroço todo, começou a rir a valer, porque todos estavam tão felizes, rindo muito. As crianças diziam:
            __ Nossa Filó como sua festa está bacana, até parece que é tudo real! Esse esqueleto, essa múmia, as aranhas, o morcego, o barulho do fantasma. Tudo perfeito!
            Então ela sorriu e entendeu o que estava acontecendo.
            Chamou seus amigos e todos se divertiram juntos com as crianças o tempo todo.
            Quando a festa acabou e seus coleguinhas foram embora, Filó deu um beijo em seus amigos e disse:
            __ Amigos, estou tão feliz com a festinha! Obrigada por terem vindo para se divertirem comigo! Trouxeram tanta alegria! Amo vocês!
            Então, seus amigos, se sentaram exaustos e puderam relaxar depois de tanta bagunça! E todos ficaram felizes para sempre...
            __ Para sempre? Mas isso é muito tempo rsrsrsrsrsrs 




             


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