A
lagartinha verde
Jaqueline Marli da Costa
Jaqueline Marli da Costa
Era uma vez um lugarzinho muito bonito, onde havia muitos
bichinhos : coelhos, esquilos, joaninhas, formiguinhas, besouros, grilos,
abelhas, sapos, passarinhos, e outros bichinhos. Eles viviam
felizes, adoravam brincar e eram
muito amigos.
Um dia o coelhinho Joca chamou seus amigos para brincar
perto do riacho, de esconde-esconde.
__ Oba, vamos brincar pessoal! _ disse a joaninha Kaká.
__ Eu canto os números e vocês se escondem! – disse o grilo
Pula-pula.
E começaram a brincadeira. Enquanto o grilo cantava os números, todos
correram para se esconder.
__ Um, dois, três, quatro, para o pato. Cinco, seis, sete, oito, pra comer um
biscoito. Nove, dez... Prontos ou não, lá vou eu outra vez!
Cada bicho se escondeu em um lugar diferente. O coelho Joca,
se escondeu atrás de uma moita de capim. E ficou bem quietinho.
De repente, começou a ouvir, alguma coisa. Espichou suas
compridas orelhas, para ouvir melhor. Parecia que alguém estava chorando
baixinho. Tão baixinho que ele mal conseguia ouvir. Então começou a procurar.
Procura daqui, procura dali, nada. Então chamou seus amigos e disse:
__ Pessoal, enquanto estava escondido atrás da moita de
capim eu escutei alguma coisa estranha, parecia que tinha alguém chorando. Mas
procurei e não encontrei ninguém. Vocês podem me ajudar a ver o que é?
__ Claro que sim! Vamos todos ajudar! – disse a joaninha.
E saíram todos a procurar. Procuram daqui, procuram dali...
Até que de repente, Joca observa debaixo de uma folha de açucena um bichinho
diferente. Era uma lagartinha verde, que tinha os olhinhos inchados de tanto
chorar. Ele ficou preocupado e quis saber quem era aquela coisinha estranha
parada ali chorando.
__ Olá! Você está chorando por quê? – perguntou.
A lagartinha ergueu o olhinhos inchados de tanto chorar e
não quis conversar. Estava com medo.
__ Pode me dizer, quem é você? Posso ajudá-la em alguma
coisa?
Neste momento, chegaram seus amiguinhos e curiosos, queriam
saber quem era ela.
Depois de um tempo, e de toda aquela insistência que
perturbava a tímida lagartinha verde ,
ela resolveu conversar:
__ Eu sou a lagartinha verde.
__ Ah, que nojenta! Você é bem gosmenta hem! _falou a minhoca marrom.
__ Por que você estava chorando? _quis saber o coelho.
__ É que eu me sinto tão sozinha! Minhas irmãs mais velhas
saíram para comer folhinhas e eu nem percebi e não voltaram mais até agora, e eu fiquei sozinha, sem ninguém
para ficar comigo! Não tenho amigos, porque todos zombam de mim dizendo: “Olha
a lagarta chorona e gorducha! Olha a lagarta nojenta feia”! Por isso, estou triste,
ninguém gosta de brincar comigo!
__ Mas você é mesmo feia, gordinha e nojenta, com essa pele
mole né? _disse a minhoca outra vez.
Os bichinhos olharam feio para a minhoca, que sem graça
pediu desculpas. E Joca disse:
__ Não precisa mais chorar! Aqui você terá muitos amigos
para brincar. Nós não vamos zombar de você. Cada um tem seu jeito de ser. É isso
o que importa! Você sendo verdinha é muito charmosa!
__ Quer brincar conosco? – chamou a formiguinha.
__ Ah, não! Se essa coisa feia for brincar conosco eu não
brinco mais. _ disse a minhoca outra vez.
__ Então você pode ir saindo de fininho que aqui conosco você
não fica mais. _disse o grilo.
A minhoca saiu e foi embora cheia de ciúmes. E todos
voltaram a olhar a lagarta verde.
__ De que vocês estão brincando?
__ De esconde- esconde. – disse o grilo Pula-pula.
__ Que legal! Adoro brincar! Estou precisando mesmo me distrair !
E foram brincar na beira do riacho, de esconde-esconde e outras brincadeiras também. Eles ensinaram a lagartinha verde brincar e ela os ensinou algumas brincadeiras também.
Brincaram a tarde toda. Depois se despediram e foram para casa.
Verdinha estava tão feliz, com os novos amiguinhos que
ganhou! Acho que foi a primeira vez que ela teria ficado tão feliz! Mas ela não tinha casa. Então, sem perceber fez um
casulo e adormeceu lá dentro. Ali, sonhava, se descansava e dormia feliz da vida.
No outro dia, os animaizinhos saíram para brincar outra vez.
Mas não encontraram a lagartinha
verde.
__ Onde será que Verdinha está? – perguntou Joca,
preocupado.
__ Não a vimos hoje ainda. – disse a abelha.
__ Será que ficou com raiva de alguma coisa e foi embora? –
quis saber o grilo.
E procuraram por todos os lados por vários dias. perguntaram
os outros bichos do outro lado do rio, mas nada. Não encontraram nem vestígios
dela. Ficaram desanimados e chateados, pois ela era muito legal.
E assim se passaram vários dias e eles continuaram
brincando, mas sempre se lembravam da amiguinha verde.
Certa manhã, quando estavam brincando, Joca avistou uma
coisa estranha debaixo da folha de uma árvore. Ficou curioso para saber o que
era. Chamou seus amigos e ficaram ali observando por um tempo.
__O que é aquilo lá na folha? – perguntou o grilo.
Ninguém soube dizer. Foram observando, todos os dias.
Um belo dia, quando estavam brincando, notaram que a coisa
debaixo da folha estava se mexendo e de repente, se abrindo. Saiu de dentro
dela, uma linda borboleta amarela, que espichou suas asas e saiu voando. Era
tão linda, que os bichinhos ficaram encantados. Quiseram saber quem era ela:
__ Ei! Quem é você com essas asas tão amarelas e lindas?
A borboletinha amarela deu um lindo sorriso, que a deixou
ainda mais simpática e bela, chegou perto da água cristalina do riacho e não se conteve de
emoção, ao ver seu reflexo. Não acreditava no que estava vendo. Tinha se
transformado na mais linda das borboletas, Então ela disse:
__ Não se lembram de mim amiguinhos? - rsrsrs
Todos sacudiram a cabeça, dizendo que não. Então a borboleta
disse:
__ Não me reconhecem?
Ah, já se esqueceram de mim!
E eles sacudiram as cabeças dizendo que não.
__ Você não me é estranha! - disse a formiguinha.
E ela então resolveu falar depois de abrir suas lindas asinhas amarelas:
__ Você não me é estranha! - disse a formiguinha.
E ela então resolveu falar depois de abrir suas lindas asinhas amarelas:
__ Sou eu, a lagartinha verde! Quer dizer... Agora não sou
mais verde não né?
__ Nossa!!!!! – Exclamaram todos em coro ao ouvirem isso.
__Mas o que aconteceu com você? Está tão... linda!
Dona coruja, muito sábia, que estava por ali, pousada no
galho da árvore, resolveu explicar:
__ Eu sei o que aconteceu. Verdinha era um ovinho amarelinho,
que sua mãe depositou na folha. Ao sair, do ovo, virou uma lagartinha que ficou
verde por ser muito comilona. Comia folhas verdes o dia todo, até ficar bem
gorda. Depois teve que se envolver em um casulo que ela mesma construiu para se
abrigar e se proteger do frio, da chuva, do calor e dos outros bichos. Ficou ali
adormecida por muitos dias, até que despertou e saiu da casca. Mas já havia se
transformado em uma linda borboleta. Isso se chama metamorfose. Metamorfose é
transformação. Por isso, vocês não a reconheceram.
__ Nossa, verdinha, você era chamada de feia, gorducha, mas
se transformou na mais linha das criaturas deste lugar. Bem vinda ao nosso
lugar! Como vamos te chamar agora, que já não é mais verde?
__ Podemos escolher um lindo nome para você. Que tal fazer
uma votação?
__ Uau! Boa ideia! Então vamos à escolha dos nomes. Vocês
dizem alguns e eu descido se gosto ou não ok?
E assim, começaram a escolher os nomes para ela. Cada um
dizia o que mais gostava e ela ficava pensando. Até que escolheu um:
__ Vanessa. Eu escolho Vanessa!
__ Vanessa. Eu escolho Vanessa!
__ Obrigada amigos! Estou muito feliz que tenham gostado de
mim, sem rir de minha aparência. Vamos ser amigos para sempre! Amo vocês!
E foram brincar o dia
todo... Até se cansarem e dormirem outra vez. E a borboleta amarela se despediu e foi voar com as outras borboletas amarelas e de outras cores que viu por ali. Esta é a história da lagartinha verde que era feia e triste e se transformou na mais linda e feliz borboleta.
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