quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Ana, a aranha vegetariana


ANA, A  ARANHA VEGETARIANA
                                   Jaqueline Marli da Costa (Adaptação de Ademar Oliveira)
                                 Resultado de imagem para desenhos de aranhas
Era uma vez uma aranha passeadeira chamada Ana. Era malvada, vaidosa e como se não bastasse, tinha outro defeito: era indecisa. Levava horas para tomar uma decisão. Ana gostava de se enfeitar toda. Adorava se enfeitar  com um  laço vermelho na cabeça. Gostava também de pulseiras, colares, tudo combinando. Adorava passar um perfume para ficar bem cheirosa.
Ela morava numa árvore de Ipê Amarelo.
(Cenário : Ipê amarelo.  Algumas flores amarelas num galho. Num canto, uma pequena mesa com os 9 sapatos, que pode ser de EVA nas cores Vermelho, laranja, amarelo, verde, azul claro, azul escuro, violeta, preto e branco. Na mesa também há dois copos, uma corda, que pode ser uma fita, presa no alto do palco - a teia da dona aranha).
Entra Ana, a Aranha. Pega uma flor de ipê e começa a cantar completamente desafinada:
Dona Aranha:
"Meu ipê florido
Na minha janela
Não tem flor azul
Só tem amarela." (repete)
- Nossa! Espelho, espelho meu: alguém canta melhor que eu? Não precisa responder. Nem a Sandy, nem a Anitta... Acho que vou dar um passeio por aí. Mas primeiro um suquinho. (Perto dos copos) Suco de grilo, ou suco de lesma? Suco de lesma ou suco de grilo? Oh dúvida cruel. Ah já sei: tomo um pouco dos dois.  (Bebe)
- Agora vamos  escolher os sapatos.
(Espalha os sapatos pelo chão)
Dona Aranha - Que cor usarei? Vermelho? Verde? Azul? Já sei: como eu tenho esse monte de pernas, usarei as cores do arco-iris.
(Vai calçando os sapatos e dizendo as cores).
Narrador: Opa! Tá faltando cores ou dona aranha tem pernas demais? Sobraram só preto e branco. Oh dúvida cruel! Neste pé que está faltando, que cor usará? Preto ou Branco? Branco ou Preto?
Dona Aranha: Já sei: Vou jogar os dois para o alto: aquele que cair primeiro, eu usarei.
(Joga os sapatos para cima e calça o que cai primeiro).

Dona Aranha - Agora, ao passeio. (Cantando).
Eu vou! Eu vou!
Pro campo agora eu vou!
Parara tibum, parara tibum, paratibum.
Ah, meu elevador próprio favorito (diz pegando a corda) Descendo!
Narrador: Quando Dona aranha foi descer pelo fio, ele se soltou, fazendo com que caísse, se enrolando toda. E agora? O que fazer? Suas pernas se embaraçaram e deram um nó cego! O jeito era se arrastar até encontrar alguém que a ajudasse. Arrasta-se daqui, arrasta-se dali,  pede socorro, se enrosca mais ainda! Que situação complicada hem dona aranha?!
Dona Aranha - Socorro! Socorro! Por favor, alguém me ajuda!
Estava passando por ali, a joaninha Lili, que escutou o grito da aranha e foi ver o que era. (Entra  a Joaninha Lili)
Joaninha Lili - O que foi isso, Dona aranha?
Dona Aranha - Ah, amiga, tropecei e veja no que deu. Fiquei toda enrolada. Ajude-me por favor!
Joaninha Lili - Vou tentar.
(Joaninha Lili anda  de um lado para o outro. Tenta soltar as pernas da aranha, mas não consegue)
Joaninha Lili - Vou pedir ajuda. Volto já! Não saia daí!
Dona Aranha - Sair daqui? É isso que eu quero, sua bu...
Joaninha Lili - O que disse Dona Aranha?
Dona Aranha - Nada... eu ia dizer, sua bunitinha.
Joaninha Lili - Ah tá! Obrigada! Volto já já.
Narrador: Joaninha Lili vê o grilo Pula pula e vai falar com ele. Explica a situação da Dona Aranha e ele ficou meio sem querer ajudá-la pois não gostava muito dela. ( grilo faz gestos que não, com a mão), Mas a joaninha tanto pediu por favor, que ele acabou dizendo sim. E  se pôs pronto para ajudar. Se dirigiram ao lugar onde estava a Dona aranha.
Grilo Pula-Pula – Nossa! Que bagunça! Vou ver se dou um jeito. Vamos lá me ajuda Lili, pega essa perna e passa por ali, agora essa ponta para cá, solta esse nó... Esse nó que não solta...
(Depois de alguma tentativa, para exausto)
- É... tá difícil.  Vamos sair por aí para buscar ajuda, Lili. Imagina se o Senhor Sabiá passa por aqui? Era uma vez uma aranha.
Narrador:  Saíram em busca de ajuda. Lili encontrou-se com a formiga Fifi e contou-lhe o que aconteceu com a  aranha. Fifi ficou com pena e decidiu ajudá-la.
A formiga e a joaninha até que tentaram, mas nada conseguiram.
- Vou chamar outras amigas. Unidas, vamos conseguir.
(Sai e volta com outras formigas. Entram cantando, em fila indiana)
Formigas: Amigas, formigas! Formigas amigas, amigas formigas, formigas amigas... Sem brigas ou intrigas, sem brigas.
Dona Aranha (gritando alto) – Parem com isso e me ajudem, suas tontas.
Formiga 1 – Tontas? Tontas rima com o quê?
Formiga 2 – Lontras!
Formiga 1 – Muito feio!
Formiga 2 – Pontas!
Formiga 1 – Isso.
Todas – (tentando soltar a aranha ): Tontas com Pontas, Pontas com Tontas...
Formiga 1 – Não tem jeito, Fifi...
Formiga 2 - Fifi não tem jeito...
Todos: Não tem jeito Fifi... Fifi não tem jeito.
Narrador:    Dona aranha se entristeceu e começou a chorar. Todos a rodearam, como se quisessem abraçá-la. Andaram de um lado para o outro, pensaram, pensaram, ( não, não, não, isso não. Andaram, pensaram , não, não, não, isso também não... Pensaram mais um pouquinho e não conseguiam achar uma solução.
De repente, Joaninha Lili teve uma ideia.
Joaninha: - Já sei! Vou chamar a Abelhinha Kiki... Ela faz crochê e certamente poderá ajudar com a sua agulha.
- Kiki! Kiki! Onde você está? Preciso da sua ajuda!
Kiki- Mas que barulhada é essa?
Joaninha: Estamos precisando de sua ajuda.
Kiki - Esperem só cinco minutinhos. Vou terminar de fazer o casaquinho da rainha. Senão, ela fica brava. Uma volta, duas volta, três volta. Uma volta, duas voltas, três voltas e um nó. Pronto! O que aconteceu mesmo?
Joaninha Lili (impaciente) – Ufa! A Aranha enrolou nas próprias pernas e deu um nó cego. Você pode dar um jeito de ajudá-la com sua agulha de crochê?
Kiki – Acho que sim. (tentando desenrolar com as agulhas) Vamos ver... Uma volta, duas voltas, três voltas... Desata um nó, uma laçada...
Dona Aranha – (gritando soltando uma perna) Aaaaiii! Você me espetou sua doida!
Kiki – Desata um nó, uma laçada... Solta uma perna, outra perna...
Dona Aranha - Aaaiiii! (soltando outra perna).
Narrador: Kiki conseguiu. Soltou uma, soltou duas, soltou três, quatro, cinco, seis, sete, soltou todas as oito pernas!
Dona Aranha – (solta) Sua abelha burra! Me espetou né?Agora  Vou fazer suco de você!
Kiki – ( Tremendo) Desculpa Dona Rainha, Dona Arrinha, Dona Arranha, Dona Aranha...
Joaninha Lili – Dona Aranha, a senhora se soltou!
Dona Aranha – (Aliviada) É mesmo! Ufa! Achei que não ia mais poder andar! Obrigado, amiguinhos, por não terem desistido de me ajudar! Agora seremos amigos para sempre!
Grilo Pula-Pula – (Tremendo de medo) Gente, agora que ela está livre, sabem o que vai acontecer? Ela vai comer a gente! Corram! Salve-se quem puder!
Dona Aranha – Não meus bichinhos amigos! Não vou mais comer vocês! A partir de hoje, sou vegetariana.
Narrador:  E assim termina nossa história, amiguinhos. Agora, toda vez que um bichinho cai e se agarra em sua teia, Dona aranha o ajuda a sair e o deixa ir embora. Ela aprendeu a comer plantinhas, frutinhas, folhinhas... Quando vai sair para passear, desce pelo tronco da árvore para não tropeçar e cair novamente e coloca os pés no chão, um a um. E tudo voltou ao normal no campo.
(Entram todos e fazem uma roda ao redor da aranha, cantando)
Ana! Vegetariana. Ana! Vegetariana! Ana! Vegetariana!

                                                     





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