segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

História para trabalhar Ens. Relig, Ética e Arte com dobraduras e desenhos: As aventuras da borboleta Juju em capítulos


AS AVENTURAS DA BORBOLETA JUJU  
(Jaqueline Marli da Costa)
Capítulo I
                Era uma vez uma linda borboleta azul, que se chamava Juju.
Ela adorava voar por entre as flores do jardim. Ficava bailando no ar pra lá, pra cá.
            Juju nasceu de um ovinho que estava na folha de um girassol.
            Virou uma lagartinha. Comeu folhinha verde, até crescer e virar uma crisálida. Passados alguns dias, virou uma linda borboleta azul.
             Um dia, Juju saiu para passear. Queria saber como era o mundo lá fora.
Chegou a um lindo jardim e ficou deslumbrada com tanta beleza.          Avistou uma flor vermelha e quis conversar:
            _Olá linda flor!
            _Olá borboleta! Qual é o seu nome?
            _Eu me chamo Juju. E você?
            _ Sou a Flor Vermelha. Que lugar lindo é esse, você não acha?
            _É sim. É um dos lugares mais bonitos que já vi.
            _ você gosta de passear?
            _Gosto sim. Adoro muito visitar o seu jardim. Isso me deixa muito feliz. Você é feliz também?
            _ Sim, sou muito feliz aqui. Mas apesar de tudo, eu também gostaria de sair por aí, como você, para conhecer novos lugares e fazer novos amigos.
            _ Querida amiga, mas aqui, você pode ser feliz, mesmo sem sair do lugar. Está rodeada de amigas flores e pode receber novos amigos sempre.
            _ Eu sei disso, mas é que às vezes fico triste, só de  pensar que minha vidinha é tão curta e que logo logo  vou murchar.
            _ Sabe, minha querida amiga, você já parou para pensar em como você é importante para o nosso planeta? Você possui grãos de pólem os quais as abelhas usam para fabricar o mel. Com uma ajudinha dos amiguinhos insetos que a visita todos os dias, é possível ocorrer a polinização, e perpetuar a sua linda espécie. Assim, mesmo  você murchando, não morrerá, mas virará fruto.
            _ Que bom saber disso, Juju. Agora não serei mais infeliz. Aprendi, que ser feliz  é ter muitos amigos. É ser perfumada, produzir grãos de pólem para ajudar as abelhas a produzirem seu mel, e outras coisas mais. Eu sou muito feliz porque tenho muitos amigos que vêm me visitar todos os dias.
            _ Então, até outro dia, florzinha.
            E a borboletinha, feliz da vida, saiu voando, visitando também as outras flores do jardim e procurando outros amigos com quem conversar.
            Estava deslumbrante com suas asas azuis voando daqui e dali, sempre cantarolando. No meio daquelas flores coloridas então! Quanta beleza! De flor em flor, ela contribuía para a polinização das plantas, assim como outros amiguinhos que por ali também passavam...
            E isso a deixava realmente feliz!

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Capítulo II

A BORBOLETA E A  JOANINHA LILI
                Dias depois a borboleta Juju passeava pela cidade, quando se encontrou com a joaninha Lili. Percebeu que ela estava um pouco desanimada.
          _Olá joaninha! Tudo bem?
          _Olá linda borboleta!
          _ Percebo que você está meio tristonha, cabisbaixa, está tudo bem mesmo?
          _ Eu ando meio sem graça mesmo, Juju. É que alguns insetos andam me esnobando só porque tenho pintas alaranjadas ao invés de pintas pretas. Ficam rindo e debochando de mim e por isso prefiro ficar longe deles.
          _ Mas Joaninha, não ligue para o que eles falam.  Você tem que se achar mais bonita, pois afinal você é que é uma raridade por aqui e deve ser tratada como celebridade. Já se olhou no espelho d’água?  Como você é linda!
          _É mesmo. Não vou perder tempo com o que os outros falam. Vou ser feliz assim mesmo como sou.
          _ É isso mesmo, amiguinha!
          _ Estou indo ao pomar do Senhor Cabral. Você não quer ir comigo? Lá  existem folhas suculentas para comer. Eu adoro aquele lugar!
          _Posso ir com você, Lili?
          _É claro que sim, amiguinha! Vai ser muito divertido! Você vai conhecer um dos meus lugares favoritos.
          E Lá se foram elas. Enquanto caminhavam, conversavam.
          _ Sabe Juju, de agora em diante, vou ser eu mesma e quem quiser ser meu amigo, me aceitará do jeito que sou. Deus, que é tão bom, nos dá tanta coisa boa, tantas folhas deliciosas para nos alimentar, que não dá para ser infeliz. Nós temos é que agradecer todos os dias por tudo de bom que temos e pelo que somos.
          Elas ficaram no pomar até se fartarem com as suculentas folhinhas.
          Mais tarde, a borboleta Juju foi para casa com aquelas palavras no pensamento. Aprendeu a  Agradecer a Deus pela alimentação de cada dia, e a não ficar reclamando á toa, quando temos tudo para ser feliz ao nosso redor.                                

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Capítulo lll  -

 A BORBOLETA E O GATO
                Certo dia, a borboleta estava passeando pela rua e encontrou o gato:
                _ Olá Gato como vai?
                _ Muito bem e você?
                _Estou fazendo uma entrevista com meus amigos para saber: o que é ser feliz.  Você pode me responder à entrevista?
                Depois de um longo miado, o gato respondeu:
                _ Miauuuuu!!!!! Ser feliz, borboletinha Juju,  é sair pela madrugada  e ver a lua cheia. É cantar com os amigos, pular os muros pela vizinhança, sem ter hora de voltar para casa.
                _ Mas não é perigoso, gatinho?
                _ É perigoso. Mas vale a pena arriscar,  quando se está na  companhia de bons amigos.
                _ É preciso saber escolher bem os amigos com quem andar, não é gato?
                _ É isso mesmo Juju. “ Digas com quem andas, que eu te direi quem tu és” já dizia meu avô, que sempre prezava uma verdadeira amizade.
                _ Até logo, gatinho!
                _ Até  outro dia Juju!
                A borboleta ficou encantada  com a resposta e foi para sua casa muito contente.
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Capítulo IV
 A BORBOLETA E O CACHORRINHO NECO
                Numa linda manhã ensolarada, Juju resolveu dar uma volta no quintal do Senhor Pedro, quando avistou o cachorrinho Neco:
                _Olá cachorrinho!
                _Olá borboleta azul! Tudo bem? Para onde você está indo?
                _ Eu vou para o jardim da casa do Tonico. Preciso fazer uma visita ao meu amigo grilo verde, que está meio doente. E você?
                _Vou procurar um osso bem suculento para me divertir.
                _ Cãozinho, o que te deixa feliz?
                _ Olha, borboleta azul, para mim, ser feliz é andar livremente pelas ruas. É encontrar os amigos e bater um bom papo e depois sair em busca de aventuras.
                _ Mas isso é perigoso, cachorrinho!
                _ É sim. Tem os perigos de sermos apanhados pela carrocinha, mas contamos com um pouco de sorte.
                _ Mas o trânsito também traz um perigo muito grande para você, não é?
                _ Sim tenho que ter muita atenção ao atravessar a rua e não ser atropelado por nenhum automóvel! Afinal tem tanta gente dirigindo sem atenção, e muitos pedestre descuidados que não prestam atenção aos sinais e atravessam de qualquer jeito a rua.
                _ Boa sorte, cachorrinho!
                _ Obrigada, Juju. Até logo!
                E Lá se foi o cachorrinho pela rua, dando uivos de alegria!
                Juju  guardou as palavras bem no seu coraçãozinho de borboleta e foi logo fazer a sua visita ao grilo verde.
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Capítulo V 
  A BORBOLETA E A PIPA
                Era uma linda manhã de outono.
            A borboleta Juju foi dar uma volta pelo campo.
            De repente, ficou parada,  admirando a beleza de uma linda pipa que pairava no ar, sendo empinada por um menino muito esperto. Ela pensou:
            _ Esta é a coisa mais linda que já vi! Disse apaixonadamente.
            E foi voando, voando, até chegar bem perto dela:
            _ Olá! Como você se chama?
            _ Eu sou a pipa colorida. E você?
            _ Sou a borboleta Juju.
            _ Você é tão linda! E parece estar tão feliz!
            _ É e estou feliz mesmo! Tem coisa mais legal que pairar no ar e admirar esse lindo planeta azul, que é a mais bela criação de Deus para a humanidade?
            _ É verdade! Olhando daqui, me sinto feliz também.
            _ É pena que o homem com usa ganância ainda não aprendeu a cuidar do nosso planeta. E o pior é que um dia, tudo poderá desaparecer.
            _ Mas, enquanto é tempo, podemos continuar observando tudo de belo e aconselhar as pessoas a olhar a natureza com mais amor e sabedoria.
            Ficaram ali paradas por um bom tempo. Até que...
            _ Joãozinho, vem pra dentro, já está na hora de ir para a escola.
            _ Até logo, borboleta. Agora vou embora descansar.
            _ Até outro dia amiga!
            E a borboleta foi pra casa pensativa: como poderia ajudar a natureza?
            Será que algum dia os homens acordariam para defender a vida que ainda há na Terra?
            Ela então ficou pensativa tentando encontrar uma forma de ajudar o planeta.
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Capítulo VI
 A BORBOLETA E O BALÃO
                Já estava de tarde, quando a borboleta voltava pra casa. Ela ouviu um som bem alto. Curiosa como é, resolveu verificar o que era. Que surpresa! O som vinha do quintal do Senhor Juca. Quando conseguiu pousar em cima do muro, Juju percebeu que o quintal estava todo enfeitado com bandeirinhas e balões pequenos e grandes.
            “Que lindo! Tudo está tão colorido!”- Exclamou. E voou para bem perto das plantas e ficou olhando. Havia um movimento de crianças correndo, adultos dançando, e no centro do terreiro, uma enorme fogueira crepitava,  iluminando  o mastro de São João. Sentiu um delicioso cheiro de pipocas e ficou com água na boca.
            _ Hum! Que delicia!
            Voou e pousou bem perto de um balão colorido. Quis conversar:
            _ Olá amigo! Que festa linda, não acha?
            _ É sim!
            Mas a borboleta notou que o balão não parecia feliz.
            _ Ei balão! Você não parece feliz!
            _ É, e porque eu seria feliz? Só fico pendurado neste cordão! Eu gostaria de ser como você, que vive voando por aí e conhecendo lugares lindos!
            _ Olha balãozinho. Mas você precisa ficar aqui, enfeitando a festa. Se você sair voando, onde irá  descer? Se cair em nossas matas, o que vai acontecer? Toda a mata pega fogo, os animais irão morrer! E os rios vão secar e não poderão mais correr. E não haverá mais nenhum lugar bonito pra se ver.
            _ Puxa, borboleta! Já estou arrependido, quanto mal faz um balão. Não quero causar tanto mal assim. Quer saber? Vou ficar é bem quietinho, enfeitando o quintal. Afinal, um balão colorido também enfeita, e pode ser feliz.
            De repente ouviram uma vozinha que dizia:
            _ Olha mamãe, que balão lindo! Ele é o mais bonito que já vi em todas as festas!
            _ É filho! É o mais bonito de todos!
             A borboleta deu uma piscadinha para o balão e saiu voando:
            _ Felicidades amiguinho! Até outro dia!

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Capítulo VII
A BORBOLETA E AS FORMIGAS TRABALHADEIRAS
            Mal o dia raiou e a borboleta Juju saiu para procurar alimentos.
            Deparou com uma roseira linda e pousou em uma rosa vermelha e respirou fundo:
            _Que perfume delicioso. Que belo dia para passear e me divertir. É tão bom viver neste lugar maravilhoso!
            E ficou ali parada por uns instantes. De repente, olhou para baixo e viu várias formiguinhas andando de um lado para outro. Notou que carregavam folhas muito maiores que elas. Resolveu perguntar:
            _Olá amiguinhas! Quem são vocês?
            _Somos as formigas operárias. _ disseram sempre andando.
            _ E o que fazem?
            _Cortamos e carregamos folhas.
            _Mas porque vocês trabalham tanto assim?
            _Carregamos alimentos para encher a nossa despensa lá do formigueiro. Você sabe o inverno já vem chegando e não podemos perder tempo.
           _Puxa, mas vocês não se cansam de ir e vir o dia inteiro?
            _Sim, mas ouvindo o canto da nossa amiga e artista cigarra, conseguimos ir bem. À noite descansamos mais um pouco. Depois vamos em frente, pois a vida continua.
            _Me dê uma folhinha dessas? Estou com muita fome.
            _Pode pegar quantas você quiser. Neste lugar tem tantas folhas suculentas!
            _Obrigada! Depois posso ajudá-las no transporte das folhas.
            Mas quando Juju tentou pegar uma folha para ajudar a transportar não conseguiu se ajeitar.
            _ Como vocês, sendo tão pequenas, conseguem carregar folhas tão grandes assim?
            _ É que andamos sempre unidas e trabalhamos sempre em grupo.
            E continuaram andando em suas trilhas, sempre organizadas e juntas.
            _ É isso aí, a união faz a força! –Pensou Juju.
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Capítulo VIII
A BORBOLETA, O CARACOL E O MOSQUITO
            Naquela manhã, borboleta Juju, visitava sua amiga abelhinha Tate, quando notou passando por ali, o caracol Lelé andando devagarzinho, devagarzinho, quase parando. De repente veio voando bem ligeiro, o mosquito Zumzum, que ao se deparar com o caracol naquela vagareza começou a zombar:
            _Ei, amigo, aonde vai tão depressa? Cuidado para não capotar!
            E o caracol olhava indiferente.
            _Amigão, que conchas são essas em suas costas? Cuidado não vá tão depressa, senão tropeça!
            E ria... ria... Mas o caracol nem se importava, pois já estava acostumado com as piadinhas de mau gosto dos outros animais, devido á sua vagareza. E continuou a sua viagem.
            _Ei caracol, se você andar mais devagar vai chegar primeiro do que o bicho preguiça! Vá logo!
 O mosquito estava tão eufórico, que não percebeu a teia da aranha Julieta, que por sorte tinha saído para visitar a prima Marieta no jardim ao lado. Ficou preso e enrolado. Começou a gritar por socorro:
                _Ei caracol, me ajuda, por favor, amigo!
                _Mas o que é que eu posso fazer?
                _ Peça ajuda a outros animais, me tire daqui, senão viro comida de aranha.
                Vendo-o naquela aflição, o caracol disse:
                _ Está bem, vou depressa chamar alguém para ajudar.
                E para aflição do mosquito, Lelé saiu andando ainda mais lento que antes. Avistou Juju e a abelhinha, pediu ajuda e foi embora.
                Juju e Tate, vendo aquela situação, resolveram ajudar.
                Voou, voou, e chamou a joaninha Lili  para ajudar.
Puxaram Zumzum e depois Juju lhe disse:
            _Olha mosquito, eu ouvi você zombar do caracol Lelé, só porque ele é vagaroso. Mas isso é da natureza dos caracóis, pois você não viu que ele carrega sua casa nas costa? Além  disso, a pressa nem sempre ajuda!
            _É verdade, acabei de comprovar isso.
            _Você teve sorte de que Julieta não estivesse aqui e do caracol ter falado conosco para te ajudar? Cada um é do jeito que é e não cabe a ninguém zombar do jeito dos outros.
            _Puxa, vou pedir desculpas ao caracol Lelé e de hoje em diante respeitarei as diferenças, não serei mais zombador.
            O caracol desculpou o mosquito dizendo:
            _ A pressa é inimiga da perfeição...
            E continuou seu caminho, andando devagar como sempre, sem mudar o jeito. E o mosquito voou ligeirinho, ligeirinho, mas sempre olhando por onde passava.
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                                                                          Capítulo IX
A SAPARIA DA BREJOLÂNDIA
                A borboletinha saiu para encontrar-se com seus amigos. Chegou ao brejo e foi logo conversar com o sapo:
            _Olá bichinho! Eu sou a borboleta Juju. Como você se chama?
            _Eu sou o sapo Romeu. Sou um vertebrado, ovíparo, anfíbio e vivo por essas redondezas.
            _Que legal! Eu venho do campo ao lado e procuro amigos. Você quer ser meu amigo?
            _Claro que sim amiguinha. Eu tenho uma porção de amigos que como eu, coaxam.
            _O que vocês fazem para se divertir?
            _Nós formamos uma magnífica orquestra e fazemos serenata À noite.
            _Como se chama a orquestra de vocês?
            _Se chama SAPARIA DA BREJOLÂNDIA.
            _Que nome sugestivo, hem?  Então aquela música que escuto todas as noites é de vocês?
            _Sim. Nós fazemos música com muito prazer e pra todos os gostos. E isso nos deixa muito feliz.
            _Puxa vida! Vocês são realmente criaturas muito especiais que alegram as noites dos brejos.
            _É uma pena que as pessoas tenham tanto nojo de nós. Somos seres inofensivos, não fazemos mal a ninguém. Talvez seja pela nossa aparência.
            _Olha sapinho, não importa a aparência. O importante é você ter bom coração, ser autêntico e ajudar a natureza.
            _É, isso eu sou e adoro a natureza.
            _Felicidade amigos. Bom show, logo mais à noite. Vou escutar com muito prazer e fazer propaganda da orquestra. Beijos!
            _Até outro dia amiga. Foi um prazer. Volte outras vezes para assistir o show!
            _Com certeza virei mesmo. Até logo amiguinho!
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Capítulo X
A BORBOLETA E O IPÊ AMARELO
                Depois de voar por várias horas, conversando e fazendo novas amizades, a borboleta Juju parou para descansar embaixo de um belo ipê. Ficou pousada sobre a raiz daquela majestosa árvore. Estava tão cansada, que nem percebeu que a árvore estava tão carregada de flores. De repente, sentiu uma leve brisa, passar pelo seu rosto. E um perfume tão gostoso  que nunca havia sentido antes. Então, olhou para cima e viu a maravilha daquela árvore.
               _Que árvore linda! Que doce o perfume das suas flores!
               De repente, começou a ouvir uma voz:
               _Descanse um pouco debaixo da minha sombra, borboleta!
               _Quem está falando?
               _Sou eu, o ipê amarelo!
               _Ipê amarelo, você é tão lindo!
               _Obrigada! Você também tem lindas asas.
               _Você dá flores e frutos como as outras árvores?
               _Não! Eu tenho somente flores e quando elas caem ganho lindas folhas. Eu floresço todo ano no inverno e fico assim, todo  perfumado .  Sou destaque pela minha exuberante florescência.
               _Puxa! Está tão bom  descansar aqui! Ipê, você deve ser muito feliz! 
               _Sou sim e tenho orgulho de ser uma árvore tão rara!
               _Mesmo não podendo passear, você se sente feliz?
               _Sim, pois daqui eu vejo muitas coisas bonitas, recebo visitas de vários amiguinhos. Deixo os pássaros e outros amiguinhos viverem em meus galhos, floresço para anunciar a primavera que está para chegar. Tenho tudo de que preciso para viver bem feliz.
               _É uma bonita história de vida! Eu estou feliz por encontrar você. Assim posso me descansar e recuperar minhas forças para continuar o meu passeio.
               _Então volte outras vezes amiguinha. Mesmo quando eu estiver sem flores, com minhas folhas darei uma boa sombra para você. Será um prazer fazer sombra para aliviar seu cansaço.
               _ Adeus ipê florido! Preciso  procurar água para beber.
                _ Até outro dia amiguinha! Olha, tem um rio de águas claras aqui pertinho onde você poderá matar a sede.                                                                                                           
              Ela voou feliz Por ter conhecido o majestoso ipê amarelo.
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Capítulo XI
A BORBOLETA E OS PEIXINHOS DO RIO DOCE
                   A borboleta Juju voou, voou, até que avistou um rio de águas claras e doce, onde se avistava lindos peixinhos nadando. Ela ficou pousada em uma pedra, olhando a dança dos peixes na água. Então perguntou:
            _Olá amigos! Quem são vocês que nadam neste lindo rio?
            _Somos os peixes.
            _Como vocês conseguem viver sem ar dentro d’água?
            _Na verdade amiguinha, respiramos o oxigênio retirado da água, através das brânquias.
            _Como vocês se alimentam?
            _Nos alimentamos de plantas, insetos e sementinhas que caem na água.
            _Peixinhos, vocês parecem tão felizes neste rio!
            _Somos muito felizes mesmo, pois aqui, as águas estão clarinhas e limpas.
            _Mas tem uma parte do rio, onde não gostamos de ficar.
            _Por quê?
            _Lá tem muito entulho, que as pessoas jogaram no rio.
            _São tantos lixos, que não conseguimos nem respirar e muitos de nós morrem intoxicados.
            _Precisamos de um lugar limpo, onde podemos nos reproduzir e nos alimentar. Aí sim seremos plenamente felizes.
            A borboleta ficou pensativa e disse:
            _Os seres humanos precisam aprender a cuidar da natureza, pois os animais e as plantas precisam sobreviver. Basta que as pessoas coloquem mais amor e bondade em seus corações e deixem de poluir e destruir as matas e os rios.
            _Ei peixinho! Dê-me um pouco de água pra eu beber?
            _Claro amiga pode tomar desta água clara. Ela é limpinha!
            A borboleta tomou água e ficou mais um tempo conversando com os peixes.
            E descobriu coisas maravilhosas sobre o reino das águas.
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Capítulo XII
A BORBOLETA E OS PASSARINHOS
          Já estava amanhecendo quando a borboleta Juju se espreguiçou. Olhou pela janela e notou que estava um lindo dia ensolarado. Resolveu dar uma volta pelo pomar para sentir o doce aroma das deliciosas frutas de lá. Chegou perto de uma mangueira e avistou lá no alto do galho o papagaio Tedy. Chegou bem perto e começou a puxar conversa com ele:
          _Ei amigão! O que faz aí parado?
          Ele ficou parado em silêncio e não queria conversa. Mas Juju insistiu:
                _Você está muito calado. O que houve? Está triste?
                _Olha borboleta, já faz alguns dias que ninguém aqui da redondeza quer falar comigo. Por isso estou triste. Afinal, de que vale a vida sem amigos para conversar, para brincar e para divertir?
                _Olha Tedy, vou dar umas voltas por aí para descobrir o que está acontecendo. Depois volto para falar com você.
E lá se foi a borboleta voando. Aos passar perto do jardim, percebeu que alguns pássaros estavam pousados no fio. Falavam todos juntos, discutiam alto. Pareciam estarem insatisfeitos com alguma coisa. Então ela pousou perto da árvore de jatobá que havia ali e ouviu o que diziam.
          _ Não quero mais falar com o papagaio! Ele é muito fofoqueiro. –Disse o pintassilgo.
                _Quero distância do papagaio! Ele é muito falso. – Disse o canário.
          _Se ele chegar perto de mim sairei voando! – Disse o pardal.
          _ Bem que vi o Tedy  fazer intrigas. É muito falso, por isso prefiro manter distância! – Disse o bem-te-vi.
          E assim cada um falava uma coisa do papagaio.
                O coração de Juju doeu ao ver tanta desunião. Teve pena do papagaio. Então resolveu ajudá-lo. Voou ao encontro de Tedy e disse-lhe:
                _Olha amigo, os passarinhos estavam discutindo o quanto você é fofoqueiro e falso. Por que eles dizem isso de você? É verdade?
          _Acho que sim, ás vezes eu “falo pelos cotovelos” e nem percebo se o que estou dizendo é verdade ou fofocas.
          _É esse o problema! Você precisa procurar seus amigos e pedir desculpas. Deve aprender a ouvi-los e não falar da vida alheia. Talvez eles te perdoem.
          _É um bom conselho Juju. Vou voando! Será que eles aceitam as minhas desculpas!
          E saíram voando lado a lado. Chegaram onde estavam pousados os outros passarinhos. Eles fizeram menção de alçar vôo, mas Juju foi logo pedindo:
          _Amigos, por favor, esperem! Fiquem! Não vão embora!
          _Vamos procurar outro lugar para ficar, bem longe do Tedy. Ele é fofoqueiro! – disseram.
          _Por favor, amigos! peço desculpas pelos transtornos que lhes causei. Tentarei ouvi-los mais e não farei  mais fofocas e intrigas com ninguém, mas por favor voltem a conversar comigo! Sem vocês me sinto tão sozinho!
          Juju percebeu a emoção nos olhos dele e pediu:
          _ Por favor,  amigos, já que está arrependido, vocês não acham que Tedy merece uma nova chance?
          Resolveram então atender  ao pedido de Juju.
          _Tudo bem. Afinal nós também não estávamos felizes com esta situação. Mas você tem que melhorar Tedy! Não faça mais intrigas, fofocas e confusões conosco.
           O papagaio Tedy compreendeu que a amizade vale mais que qualquer coisa e deste dia em diante procurou ouvir mais os amigos, virou conselheiro e um ótimo contador de histórias infantis.
          Sempre era visto rodeado de animaizinhos. E todos amavam ouvir suas histórias, que eram muito divertidas.
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Capítulo XIII
A BORBOLETA E O CAVALINHO
            Estava uma linda tarde de verão.
            A borboleta Juju resolveu dar uma voltinha perto do lago de águas cristalinas que ficava em uma linda campina repleta de flores perfumadas e coloridas.
            Ela quis tomar um pouco de água, pois havia voado muito e o sol estava muito quente.
            Quando descansava pousada em uma pedra, avistou na colina, lindos cavalinhos que brincavam na relva fresquinha.
            Um deles chegou bem perto do lago para tomar água e viu seu reflexo no espelho d’água. Por um momento ficou se admirando e nem percebeu a linda borboleta azul que o fitava.
            _Ei, cavalinho, tudo bem?
            _Sim, borboleta está tudo muito bem. Qual é o seu nome?
            _ É Juju e o seu?
            _Tedy.
            _Você vive por aqui?
            _Sim, eu vivo correndo por essas colinas verdejantes.
            _O que você gosta de fazer?
            _Gosto de correr pela colina,
             Sentir o vento em minha crina
                Tomar água cristalina
             E a minha liberdade, menina.
            _Que beleza de rima, amiguinho! Você sabe fazer poesia. Eu adoro poesias!
            _E eu adoro fazer rimas. Quer brincar de rimar comigo? Eu digo palavras e você diz o que rima com elas.
            _Legal!
            E os dois ficaram conversando e nem perceberam a noite se aproximar.
                Despediram-se e felizes saíram: o cavalinho cavalgando pela colina e a borboleta voando, até se perder no pôr-do-sol, rumo ao seu adorado lar. Doce lar.
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Capítulo XIV
O SOL – REI DO UNIVERSO
          Estava um dia quente. A borboleta Juju resolveu parar no quintal de Dona Bethe, onde havia um lindo canteiro de verduras fresquinhas. Precisava depositar seus lindos ovinhos amarelinhos em uma bela folha. Escolheu um belo pé de couve do canteiro que ficava no lado esquerdo do quintal.
          Depois que pôs seus ovinhos, pensou: “aqui eles estarão seguros, vão se alimentar, crescer, virar crisálidas e depois, lindas borboletas, como eu”.
          E deixou-os ali e foi embora, deixando que a natureza cuidasse deles. Encontrou-se com Zazá, sua amiga borboleta amarela, que comentou:
          _Ufa, mas que calor, amiga! Hoje o Sol está tão quente!
          _É verdade, que calor!
          _O Sol poderia se apagar ou ficar mais frio. Disse Zazá.
          _ Não diga isso Zazá. Se ele fosse mais frio, não haveria vida neste planeta.
          _Como assim Juju!
          _É que eu ouvi a coruja dizer que o Sol é a fonte de vida de nosso planeta. Ele aquece e ilumina todos os seres da natureza.
          _É tão bom sentir o calor do Sol nos dias frios de inverno!
          _É bom mesmo. Você sabe que é o Sol que faz existir a brisa? Ele faz o ar se movimentar e ventar fresquinho para nos refrescar.
          _Eu não sabia!
          _É o Sol, com sua luz e calor que ajuda as plantas fabricarem a fotossíntese.
            _Fotossíntese? O que é isso? As plantas tiram fotos?
            _Não Zazá. _Disse Juju rindo.
                _ Fotossíntese é o processo de fabricação de alimentos que as plantas fazem. Como elas não saem para procurar alimentos, como nós, precisam utilizar a água e os sais minerais que retiram do solo, transportar através do caule e dos galhos até as folhas, que retiram do Sol a luz e o calor. Condensam tudo e ficam bem alimentadas, verdinhas e cheias de clorofila.
            _É por isso que o Sol é o Rei do universo! É um importante aliado da vida.
            Zazá passou a olhar com outros olhos a visita do Sol ao Planeta Terra. E Juju continuou visitando o canteiro de Dona Bethe até que seus bebês viraram crisálidas.
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Capítulo XV
A BORBOLETA JUJU E O ANJINHO
          Certo dia, Juju estava passeando perto do lago azul de águas límpidas, e se olhou no enorme espelho d’água. Ficou ali se admirando por um tempo:” Puxa! Acho que estou ficando velha! Minhas asas estão tão enrugadas e fracas, já não consigo mais voar para tão longe”!
          Juju ficou parada, vendo sua vida passar lentamente, em muitas e muitas cenas de suas lembranças.  Lembrou-se de cada amigo que conhecera naquele lugar e o que aprendera com cada um deles. Como eram lindas as noites de luar ao som da Banda Saparia da Brejolândia! Sentiu-se tão feliz ao ajudar seus amigos a entenderem os mistérios da verdadeira felicidade! Como o Sol era essencial à vida! E que para ser feliz não era preciso ter muito. Bastava ter bons amigos, amor para dar, caridade com o próximo e harmonia com a natureza. Ela estava tão atônita, que nem percebeu que um anjinho se aproximava.
          _Ei, borboleta Juju. Tudo bem com você?
          _Sim, estou bem, mas me sinto tão cansada! Acho que envelheci e nem me dei conta disso.
          _O que é isso Juju. Você ainda é tão jovem de espírito!
          _É, pode ser,  mas... Que música é essa?
          _São as sinfonias que os anjinhos tocam no paraíso.
          _Que doce melodia! Ela me traz tanta paz!- Suspirou a borboleta.
          _Vem Juju, vamos até lá ouvir a música. Eu a levarei para um lugar maravilhoso. É o reino das borboletas.
          _É muito longe daqui?  Sinto-me tão cansada!
          _Não, é um caminho iluminado que a levará ao lugar mais belo que você já viu.
          E lá se foram os dois voando rumo ao paraíso, onde encontraram tantas borboletas multicores, que Juju ficou impressionada. Suas asas se fortaleceram e ela ficou toda iluminada.
          Mais tarde...
          _Joãozinho, o que você está fazendo? Vem para dentro!
          _Mamãe, essa borboleta é a mais linda de todas da minha coleção!
          _Onde você a encontrou?
          _Caída ao lado do lago azul.
          E colocou Juju dentro de um vidro, guardou-o junto com os outros, num lugar especial,  bem em cima da estante de seu quarto.













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