domingo, 27 de janeiro de 2019

O Poodle e a pulga



 O Poodle e a pulga
Jaqueline Marli da Costa
Resultado de imagem para desenho de poodle preto e pulga

         Era uma vez uma pulguinha muito folgada que se chamava Lindinha e  vivia no pelo de seu amiguinho Poodle. O Poodle era um cãozinho de pelo branco que se chamava Marley.
      Ele  morava com sua dona, uma menina chamada  Karol e era muito engraçadinho. Vivia fazendo gracinhas para sua dona que sempre dizia:
         __ Marley, você é o cãozinho mais lindo desse mundo! Adoro brincar com você!                                                                                                                      Marley gostava de pular, rolar no tapete da sala, correr atrás  de sua bolinha colorida, lamber seu ossinho predileto e ficar no colo de sua dona...
         Mas quando chegava alguém, logo já saia correndo e latindo, pois defendia seu quintal como ninguém. Sua dona até ralhava com ele por ser assim tão encrenqueiro. Mas ela sabia que ele tinha razão de cachorro para  ficar assim.  
         Marley ficava se coçando todo, e sua dona um dia disse que precisava levá-lo ao veterinário para ver o que ele tinha.
         __ Marley, você está se coçando muito. Deve estar com pulgas. Acho melhor levá-lo para cortar seu pelo.
         Marley ficou apavorado, pois sabia que se fosse levado ao veterinário, além de ter que tomar vacinas, teria que cortar o pelo todo, tomar banho, passar perfume de cachorro e ainda iam colocar em seu pescoço uma gravata azul ou uma coleira nova.
         Mas ele sabia o que estava lhe causando aquela coceira e decidiu resolver o problema, antes que fosse tarde demais. Então chamou:
         __ Pulga ?  Pulguinha ? Onde você está sua Lindinha? Pulguinha?
         __ Oi, amiguinho, porque está gritando? Apareceu a pulga.
         __ Venha até aqui que eu quero falar com você!
         A pulguinha, sem hesitar, deu um pulo bem no nariz do cãozinho.
         __ Pronto, já estou aqui, Marley! O que deseja?
         Marley então começou a dizer para a pulguinha:
         __ Olha Lindinha, de hoje em diante, você não vai mais poder morar no meu pelo.
         __ Puxa vida, amiguinho! Mas por que não? Disse a pulga com cara de choro.
         __ Não quero mais que fique no meu pelo porque eu não aguento mais ficar me coçando! Meu pelo está caindo todo, de tanto eu me coçar. Assim, vou ficar careca! 
         __ Mas eu gosto tanto do seu pelo! Gosto do seu cheirinho de cachorrinho fofo! Disse ela com voz de choro.
         __ Mas se eu continuar me coçando,  minha dona disse que vai me levar no veterinário para eu não ficar mais com pulgas, e sabe o que vai fazer?
         __ Não. O que ele vai fazer? – disse a pulga com os olhinhos voltados para o chão.
         __ Ele vai cortar todo o meu pelo e eu vou ficar careca.  E eu não quero ficar careca!
         E a pulguinha ficou triste, pegou sua trouxinha e colocou no ombrinho e de cabeça baixa, ainda tentou um último argumento: o mais sincero e triste argumento:
         __ Mas você é o meu melhor amigo! Ah, que pena! Gosto tanto de passear com você! Quando você vai à praça, gosto de ir também. Quando rola na areia, eu fico toda suja e nem reclamo!  E agora, onde vou morar?
         O cãozinho nem ligou. Mandou ela descer do pelo dele e disse:
         __ Desce daí e vai embora! Para de chorar que não vou me comover.
         Aí ela desceu, pulou no chão e saiu pulando, pulando, pulando e foi embora com a sua trouxinha nas costas,  muito triste. O cãozinho ficou feliz, porque agora não tinha nenhuma pulguinha para ficar coçando no pelo dele.
         Quando ele estava deitado no tapete dele na sala, sua dona viu que ele não estava coçando mais o pelo, ela disse:
         __ Muito bem, Marley! Você não está mais se coçando hoje! Está limpinho! Não tem nenhuma pulguinha te incomodando.
         A pulguinha estava longe, muito longe, procurando um lugar para morar.
         E ele continuou deitado quietinho, quietinho. E começou a ficar meio triste e sentir falta de alguma coisa.
         __ Puxa vida! Estou sentindo falta de alguma coisa... O que será? Ah! É das cócegas que a pulguinha me fazia! Onde será que ela está?
         De repente, começou a cair muita chuva lá fora. E era cada raio, de dar medo. E o cãozinho, começou a dormir e sonhou com a sua amiga pulga. No sonho, ela estava sendo levada pela enxurrada, e estava se afogando. Então, acordou assustado e latiu triste.
         __ Onde será que a pulga está? Eu não devia tê-la mandado embora. E se ela estiver correndo perigo? E se ela morrer? Vou ficar com remorso!!!
         Sua dona percebeu que ele estava triste e pensou:
         __ O que será que esse cãozinho tem?
          Foi quando de repente, ela o viu abrir a porta e sair latindo e  correndo pela chuva afora.
         __ Espere, Marley! Onde você vai?
         Nem terminou de falar e ele já estava do outro lado da rua.
         O cãozinho saiu desesperado procurando a sua amiga pulguinha.
         Foi andando, e mais a chuva aumentava. Andou a praça toda latindo, chamando por ela, procurando-a.
         A pulguinha estava escondida debaixo de um banco e nem viu seu amigo passar, pois seus olhinhos estavam vermelhos e cheios de lágrimas.
         Ele começou a ganir, triste, chamando por ela:
         __ Pulguinha? Onde você está? Por favor, responda!!!
         A pulguinha escutou seu ganido e se alegrou e deu um pulo de alegria!
         __ Oi amigo! Que bom ver você! Já estava com saudade!
         __Oi! Onde você estava todo esse tempo? Fiquei preocupado, com esse temporal, você poderia se afogar!
         __ Oh, amiguinho, que bom saber que você ainda é o meu melhor amigo e se preocupou comigo! Estava escondida da chuva, debaixo do banco, porque senão a enxurrada ia me arrastar e eu ia morrer afogada mesmo, pois não sei nadar.
         O poodle ficou tão feliz, e falou:
         __ Pode pular no meu pelo de novo!
          Ela ficou com medo e disse:
         __ Ah, acho que não quero mais morar no seu pelo. Senão você vai me mandar embora de novo e terei que procurar outro lugar de novo para morar.
         __ Não, pode pular de novo. Vai ficar morando de novo comigo. Só que quando a minha dona estiver perto de mim, você vai ter que ficar quietinha, para eu não me coçar. Senão, vou ter que ir para o veterinário e eu não quero ficar careca! Quando a Karol estiver longe me mim, pode me fazer cócegas que vou adorar me coçar.
         __ Então está combinado! Vou pular no seu pelo de novo e morar com você! Fico quietinha para não atrapalhar!
         E lá se foram eles, felizes da vida!
        

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