AS AVENTURAS DA BORBOLETA JUJU
(Jaqueline Marli da Costa)
Capítulo I
Era
uma vez uma linda borboleta azul, que se chamava Juju.
Ela adorava voar por entre as
flores do jardim. Ficava bailando no ar pra lá, pra cá.
Juju nasceu de um ovinho que estava
na folha de um girassol.
Virou uma lagartinha. Comeu
folhinha verde, até crescer e virar uma crisálida. Passados alguns dias, virou
uma linda borboleta azul.
Um dia, Juju saiu para passear.
Queria saber como era o mundo lá fora.
Chegou a um lindo jardim e ficou
deslumbrada com tanta beleza.
Avistou uma flor vermelha e quis conversar:
_Olá linda flor!
_Olá borboleta! Qual é o seu nome?
_Eu me chamo Juju. E você?
_ Sou a Flor Vermelha. Que lugar
lindo é esse, você não acha?
_É sim. É um dos lugares mais
bonitos que já vi.
_ você gosta de passear?
_Gosto sim. Adoro muito visitar o
seu jardim. Isso me deixa muito feliz. Você é feliz também?
_ Sim, sou muito feliz aqui. Mas
apesar de tudo, eu também gostaria de sair por aí, como você, para conhecer
novos lugares e fazer novos amigos.
_ Querida amiga, mas aqui, você
pode ser feliz, mesmo sem sair do lugar. Está rodeada de amigas flores e pode
receber novos amigos sempre.
_ Eu sei disso, mas é que às vezes
fico triste, só de pensar que minha
vidinha é tão curta e que logo logo vou
murchar.
_ Sabe, minha querida amiga, você
já parou para pensar em como você é importante para o nosso planeta? Você
possui grãos de pólem os quais as abelhas usam para fabricar o mel. Com uma
ajudinha dos amiguinhos insetos que a visita todos os dias, é possível ocorrer
a polinização, e perpetuar a sua linda espécie. Assim, mesmo você murchando, não morrerá, mas virará fruto.
_ Que bom saber disso, Juju. Agora
não serei mais infeliz. Aprendi, que ser feliz
é ter muitos amigos. É ser perfumada, produzir grãos de pólem para
ajudar as abelhas a produzirem seu mel, e outras coisas mais. Eu sou muito
feliz porque tenho muitos amigos que vêm me visitar todos os dias.
_ Então, até outro dia, florzinha.
E a borboletinha, feliz da vida,
saiu voando, visitando também as outras flores do jardim e procurando outros
amigos com quem conversar.
Estava deslumbrante com suas asas azuis
voando daqui e dali, sempre cantarolando. No meio daquelas flores coloridas
então! Quanta beleza! De flor em flor, ela contribuía para a polinização das
plantas, assim como outros amiguinhos que por ali também passavam...
E isso a deixava realmente feliz!
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Capítulo II
A BORBOLETA E A JOANINHA LILI
Dias
depois a borboleta Juju passeava pela cidade, quando se encontrou com a
joaninha Lili. Percebeu que ela estava um pouco desanimada.
_Olá joaninha! Tudo bem?
_Olá linda borboleta!
_ Percebo que você está meio
tristonha, cabisbaixa, está tudo bem mesmo?
_ Eu ando meio sem graça mesmo, Juju.
É que alguns insetos andam me esnobando só porque tenho pintas alaranjadas ao
invés de pintas pretas. Ficam rindo e debochando de mim e por isso prefiro
ficar longe deles.
_ Mas Joaninha, não ligue para o que
eles falam. Você tem que se achar mais
bonita, pois afinal você é que é uma raridade por aqui e deve ser tratada como
celebridade. Já se olhou no espelho d’água?
Como você é linda!
_É mesmo. Não vou perder tempo com o
que os outros falam. Vou ser feliz assim mesmo como sou.
_ É isso mesmo, amiguinha!
_ Estou indo ao pomar do Senhor
Cabral. Você não quer ir comigo? Lá
existem folhas suculentas para comer. Eu adoro aquele lugar!
_Posso ir com você, Lili?
_É claro que sim, amiguinha! Vai ser
muito divertido! Você vai conhecer um dos meus lugares favoritos.
E Lá se foram elas. Enquanto
caminhavam, conversavam.
_ Sabe Juju, de agora em diante, vou
ser eu mesma e quem quiser ser meu amigo, me aceitará do jeito que sou. Deus,
que é tão bom, nos dá tanta coisa boa, tantas folhas deliciosas para nos
alimentar, que não dá para ser infeliz. Nós temos é que agradecer todos os dias
por tudo de bom que temos e pelo que somos.
Elas ficaram no pomar até se fartarem
com as suculentas folhinhas.
Mais tarde, a borboleta Juju foi para casa com aquelas palavras no pensamento.
Aprendeu a Agradecer a Deus pela
alimentação de cada dia, e a não ficar reclamando á toa, quando temos tudo para
ser feliz ao nosso redor.
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Capítulo lll -
A
BORBOLETA E O GATO
Certo
dia, a borboleta estava passeando pela rua e encontrou o gato:
_
Olá Gato como vai?
_
Muito bem e você?
_Estou
fazendo uma entrevista com meus amigos para saber: o que é ser feliz. Você pode me responder à entrevista?
Depois
de um longo miado, o gato respondeu:
_
Miauuuuu!!!!! Ser feliz, borboletinha Juju,
é sair pela madrugada e ver a lua
cheia. É cantar com os amigos, pular os muros pela vizinhança, sem ter hora de
voltar para casa.
_
Mas não é perigoso, gatinho?
_
É perigoso. Mas vale a pena arriscar,
quando se está na companhia de
bons amigos.
_
É preciso saber escolher bem os amigos com quem andar, não é gato?
_
É isso mesmo Juju. “ Digas com quem andas, que eu te direi quem tu és” já dizia
meu avô, que sempre prezava uma verdadeira amizade.
_
Até logo, gatinho!
_
Até outro dia Juju!
A
borboleta ficou encantada com a resposta
e foi para sua casa muito contente.
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Capítulo IV
A BORBOLETA E O CACHORRINHO NECO
Numa
linda manhã ensolarada, Juju resolveu dar uma volta no quintal do Senhor Pedro,
quando avistou o cachorrinho Neco:
_Olá
cachorrinho!
_Olá
borboleta azul! Tudo bem? Para onde você está indo?
_
Eu vou para o jardim da casa do Tonico. Preciso fazer uma visita ao meu amigo
grilo verde, que está meio doente. E você?
_Vou
procurar um osso bem suculento para me divertir.
_
Cãozinho, o que te deixa feliz?
_
Olha, borboleta azul, para mim, ser feliz é andar livremente pelas ruas. É
encontrar os amigos e bater um bom papo e depois sair em busca de aventuras.
_
Mas isso é perigoso, cachorrinho!
_
É sim. Tem os perigos de sermos apanhados pela carrocinha, mas contamos com um
pouco de sorte.
_
Mas o trânsito também traz um perigo muito grande para você, não é?
_
Sim tenho que ter muita atenção ao atravessar a rua e não ser atropelado por
nenhum automóvel! Afinal tem tanta gente dirigindo sem atenção, e muitos
pedestre descuidados que não prestam atenção aos sinais e atravessam de
qualquer jeito a rua.
_
Boa sorte, cachorrinho!
_
Obrigada, Juju. Até logo!
E
Lá se foi o cachorrinho pela rua, dando uivos de alegria!
Juju guardou as palavras bem no seu coraçãozinho
de borboleta e foi logo fazer a sua visita ao grilo verde.
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Capítulo V
A BORBOLETA E A PIPA
Era
uma linda manhã de outono.
A borboleta Juju foi dar uma volta
pelo campo.
De repente, ficou parada, admirando a beleza de uma linda pipa que
pairava no ar, sendo empinada por um menino muito esperto. Ela pensou:
_ Esta é a coisa mais linda que já
vi! Disse apaixonadamente.
E foi voando, voando, até chegar
bem perto dela:
_ Olá! Como você se chama?
_ Eu sou a pipa colorida. E você?
_ Sou a borboleta Juju.
_ Você é tão linda! E parece estar
tão feliz!
_ É e estou feliz mesmo! Tem coisa
mais legal que pairar no ar e admirar esse lindo planeta azul, que é a mais
bela criação de Deus para a humanidade?
_ É verdade! Olhando daqui, me
sinto feliz também.
_ É pena que o homem com usa
ganância ainda não aprendeu a cuidar do nosso planeta. E o pior é que um dia,
tudo poderá desaparecer.
_ Mas, enquanto é tempo, podemos
continuar observando tudo de belo e aconselhar as pessoas a olhar a natureza
com mais amor e sabedoria.
Ficaram ali paradas por um bom
tempo. Até que...
_ Joãozinho, vem pra dentro, já
está na hora de ir para a escola.
_ Até logo, borboleta. Agora vou
embora descansar.
_ Até outro dia amiga!
E a borboleta foi pra casa
pensativa: como poderia ajudar a natureza?
Será que algum dia os homens
acordariam para defender a vida que ainda há na Terra?
Ela então ficou pensativa tentando
encontrar uma forma de ajudar o planeta.
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Capítulo VI
A BORBOLETA E O BALÃO
Já
estava de tarde, quando a borboleta voltava pra casa. Ela ouviu um som bem
alto. Curiosa como é, resolveu verificar o que era. Que surpresa! O som vinha
do quintal do Senhor Juca. Quando conseguiu pousar em cima do muro, Juju
percebeu que o quintal estava todo enfeitado com bandeirinhas e balões pequenos
e grandes.
“Que lindo! Tudo está tão
colorido!”- Exclamou. E voou para bem perto das plantas e ficou olhando. Havia
um movimento de crianças correndo, adultos dançando, e no centro do terreiro, uma
enorme fogueira crepitava,
iluminando o mastro de São João.
Sentiu um delicioso cheiro de pipocas e ficou com água na boca.
_ Hum! Que delicia!
Voou e pousou bem perto de um balão
colorido. Quis conversar:
_ Olá amigo! Que festa linda, não
acha?
_ É sim!
Mas a borboleta notou que o balão
não parecia feliz.
_ Ei balão! Você não parece feliz!
_ É, e porque eu seria feliz? Só
fico pendurado neste cordão! Eu gostaria de ser como você, que vive voando por
aí e conhecendo lugares lindos!
_ Olha balãozinho. Mas você precisa
ficar aqui, enfeitando a festa. Se você sair voando, onde irá descer? Se cair em nossas matas, o que vai
acontecer? Toda a mata pega fogo, os animais irão morrer! E os rios vão secar e
não poderão mais correr. E não haverá mais nenhum lugar bonito pra se ver.
_ Puxa, borboleta! Já estou
arrependido, quanto mal faz um balão. Não quero causar tanto mal assim. Quer
saber? Vou ficar é bem quietinho, enfeitando o quintal. Afinal, um balão
colorido também enfeita, e pode ser feliz.
De repente ouviram uma vozinha que
dizia:
_ Olha mamãe, que balão lindo! Ele
é o mais bonito que já vi em todas as festas!
_ É filho! É o mais bonito de
todos!
A borboleta deu uma piscadinha
para o balão e saiu voando:
_ Felicidades amiguinho! Até outro
dia!
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Capítulo VII
A BORBOLETA E AS FORMIGAS TRABALHADEIRAS
Mal o dia raiou e a borboleta Juju
saiu para procurar alimentos.
Deparou com uma roseira linda e
pousou em uma rosa vermelha e respirou fundo:
_Que perfume delicioso. Que belo
dia para passear e me divertir. É tão bom viver neste lugar maravilhoso!
E ficou ali parada por uns
instantes. De repente, olhou para baixo e viu várias formiguinhas andando de um
lado para outro. Notou que carregavam folhas muito maiores que elas. Resolveu
perguntar:
_Olá amiguinhas! Quem são vocês?
_Somos as formigas operárias. _
disseram sempre andando.
_ E o que fazem?
_Cortamos e carregamos folhas.
_Mas porque vocês trabalham tanto
assim?
_Carregamos alimentos para encher a
nossa despensa lá do formigueiro. Você sabe o inverno já vem chegando e não
podemos perder tempo.
_Puxa, mas vocês não se cansam de ir
e vir o dia inteiro?
_Sim, mas ouvindo o canto da nossa
amiga e artista cigarra, conseguimos ir bem. À noite descansamos mais um pouco.
Depois vamos em frente, pois a vida continua.
_Me dê uma folhinha dessas? Estou
com muita fome.
_Pode pegar quantas você quiser.
Neste lugar tem tantas folhas suculentas!
_Obrigada! Depois posso ajudá-las
no transporte das folhas.
Mas quando Juju tentou pegar uma
folha para ajudar a transportar não conseguiu se ajeitar.
_ Como vocês, sendo tão pequenas,
conseguem carregar folhas tão grandes assim?
_ É que andamos sempre unidas e
trabalhamos sempre em grupo.
E continuaram andando em suas
trilhas, sempre organizadas e juntas.
_ É isso aí, a união faz a força!
–Pensou Juju.
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Capítulo VIII
A BORBOLETA, O CARACOL E O MOSQUITO
Naquela manhã, borboleta Juju,
visitava sua amiga abelhinha Tate, quando notou passando por ali, o caracol
Lelé andando devagarzinho, devagarzinho, quase parando. De repente veio voando
bem ligeiro, o mosquito Zumzum, que ao se deparar com o caracol naquela
vagareza começou a zombar:
_Ei, amigo, aonde vai tão depressa?
Cuidado para não capotar!
E o caracol olhava indiferente.
_Amigão, que conchas são essas em
suas costas? Cuidado não vá tão depressa, senão tropeça!
E ria... ria... Mas o caracol nem
se importava, pois já estava acostumado com as piadinhas de mau gosto dos
outros animais, devido á sua vagareza. E continuou a sua viagem.
_Ei caracol, se você andar mais
devagar vai chegar primeiro do que o bicho preguiça! Vá logo!
O mosquito estava tão eufórico, que não
percebeu a teia da aranha Julieta, que por sorte tinha saído para visitar a
prima Marieta no jardim ao lado. Ficou preso e enrolado. Começou a gritar por
socorro:
_Ei
caracol, me ajuda, por favor, amigo!
_Mas
o que é que eu posso fazer?
_
Peça ajuda a outros animais, me tire daqui, senão viro comida de aranha.
Vendo-o
naquela aflição, o caracol disse:
_
Está bem, vou depressa chamar alguém para ajudar.
E
para aflição do mosquito, Lelé saiu andando ainda mais lento que antes. Avistou
Juju e a abelhinha, pediu ajuda e foi embora.
Juju
e Tate, vendo aquela situação, resolveram ajudar.
Voou,
voou, e chamou a joaninha Lili para
ajudar.
Puxaram Zumzum e depois Juju lhe
disse:
_Olha mosquito, eu ouvi você zombar
do caracol Lelé, só porque ele é vagaroso. Mas isso é da natureza dos caracóis,
pois você não viu que ele carrega sua casa nas costa? Além disso, a pressa nem sempre ajuda!
_É verdade, acabei de comprovar
isso.
_Você teve sorte de que Julieta não
estivesse aqui e do caracol ter falado conosco para te ajudar? Cada um é do
jeito que é e não cabe a ninguém zombar do jeito dos outros.
_Puxa, vou pedir desculpas ao
caracol Lelé e de hoje em diante respeitarei as diferenças, não serei mais
zombador.
O caracol desculpou o mosquito
dizendo:
_ A pressa é inimiga da
perfeição...
E continuou seu caminho, andando
devagar como sempre, sem mudar o jeito. E o mosquito voou ligeirinho, ligeirinho,
mas sempre olhando por onde passava.
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Capítulo IX
A SAPARIA DA BREJOLÂNDIA
A
borboletinha saiu para encontrar-se com seus amigos. Chegou ao brejo e foi logo
conversar com o sapo:
_Olá bichinho! Eu sou a borboleta
Juju. Como você se chama?
_Eu sou o sapo Romeu. Sou um
vertebrado, ovíparo, anfíbio e vivo por essas redondezas.
_Que legal! Eu venho do campo ao
lado e procuro amigos. Você quer ser meu amigo?
_Claro que sim amiguinha. Eu tenho
uma porção de amigos que como eu, coaxam.
_O que vocês fazem para se
divertir?
_Nós formamos uma magnífica
orquestra e fazemos serenata À noite.
_Como se chama a orquestra de
vocês?
_Se chama SAPARIA DA BREJOLÂNDIA.
_Que nome sugestivo, hem? Então aquela música que escuto todas as
noites é de vocês?
_Sim. Nós fazemos música com muito
prazer e pra todos os gostos. E isso nos deixa muito feliz.
_Puxa vida! Vocês são realmente
criaturas muito especiais que alegram as noites dos brejos.
_É uma pena que as pessoas tenham
tanto nojo de nós. Somos seres inofensivos, não fazemos mal a ninguém. Talvez
seja pela nossa aparência.
_Olha sapinho, não importa a
aparência. O importante é você ter bom coração, ser autêntico e ajudar a
natureza.
_É, isso eu sou e adoro a natureza.
_Felicidade amigos. Bom show, logo
mais à noite. Vou escutar com muito prazer e fazer propaganda da orquestra.
Beijos!
_Até outro dia amiga. Foi um
prazer. Volte outras vezes para assistir o show!
_Com certeza virei mesmo. Até logo
amiguinho!
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Capítulo X
A BORBOLETA E O IPÊ AMARELO
Depois
de voar por várias horas, conversando e fazendo novas amizades, a borboleta
Juju parou para descansar embaixo de um belo ipê. Ficou pousada sobre a raiz
daquela majestosa árvore. Estava tão cansada, que nem percebeu que a árvore
estava tão carregada de flores. De repente, sentiu uma leve brisa, passar pelo
seu rosto. E um perfume tão gostoso que
nunca havia sentido antes. Então, olhou para cima e viu a maravilha daquela
árvore.
_Que árvore linda! Que doce o
perfume das suas flores!
De repente, começou a ouvir uma
voz:
_Descanse um pouco debaixo da minha sombra, borboleta!
_Quem está falando?
_Sou eu, o ipê amarelo!
_Ipê amarelo, você é tão lindo!
_Obrigada! Você também tem
lindas asas.
_Você dá flores e frutos como as outras
árvores?
_Não! Eu tenho somente flores e
quando elas caem ganho lindas folhas. Eu floresço todo ano no inverno e fico
assim, todo perfumado . Sou destaque pela minha exuberante
florescência.
_Puxa! Está tão bom descansar aqui! Ipê, você deve ser muito
feliz!
_Sou sim e tenho orgulho de ser
uma árvore tão rara!
_Mesmo não podendo passear, você
se sente feliz?
_Sim, pois daqui eu vejo muitas
coisas bonitas, recebo visitas de vários amiguinhos. Deixo os pássaros e outros
amiguinhos viverem em meus galhos, floresço para anunciar a primavera que está
para chegar. Tenho tudo de que preciso para viver bem feliz.
_É uma bonita história de vida!
Eu estou feliz por encontrar você. Assim posso me descansar e recuperar minhas
forças para continuar o meu passeio.
_Então volte outras vezes
amiguinha. Mesmo quando eu estiver sem flores, com minhas folhas darei uma boa
sombra para você. Será um prazer fazer sombra para aliviar seu cansaço.
_ Adeus ipê florido!
Preciso procurar água para beber.
_ Até
outro dia amiguinha! Olha, tem um rio de águas claras aqui pertinho onde você
poderá matar a sede.
Ela voou feliz Por ter conhecido
o majestoso ipê amarelo.
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Capítulo XI
A BORBOLETA E OS PEIXINHOS DO RIO DOCE
A borboleta Juju voou, voou, até que avistou
um rio de águas claras e doce, onde se avistava lindos peixinhos nadando. Ela
ficou pousada em uma pedra, olhando a dança dos peixes na água. Então
perguntou:
_Olá amigos! Quem são vocês que
nadam neste lindo rio?
_Somos os peixes.
_Como vocês conseguem viver sem ar
dentro d’água?
_Na verdade amiguinha, respiramos o
oxigênio retirado da água, através das brânquias.
_Como vocês se alimentam?
_Nos alimentamos de plantas,
insetos e sementinhas que caem na água.
_Peixinhos, vocês parecem tão
felizes neste rio!
_Somos muito felizes mesmo, pois
aqui, as águas estão clarinhas e limpas.
_Mas tem uma parte do rio, onde não
gostamos de ficar.
_Por quê?
_Lá tem muito entulho, que as
pessoas jogaram no rio.
_São tantos lixos, que não
conseguimos nem respirar e muitos de nós morrem intoxicados.
_Precisamos de um lugar limpo, onde
podemos nos reproduzir e nos alimentar. Aí sim seremos plenamente felizes.
A borboleta ficou pensativa e
disse:
_Os seres humanos precisam aprender
a cuidar da natureza, pois os animais e as plantas precisam sobreviver. Basta
que as pessoas coloquem mais amor e bondade em seus corações e deixem de poluir
e destruir as matas e os rios.
_Ei peixinho! Dê-me um pouco de
água pra eu beber?
_Claro amiga pode tomar desta água
clara. Ela é limpinha!
A borboleta tomou água e ficou mais
um tempo conversando com os peixes.
E descobriu coisas maravilhosas
sobre o reino das águas.
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Capítulo XII
A BORBOLETA E OS PASSARINHOS
Já estava amanhecendo quando a
borboleta Juju se espreguiçou. Olhou pela janela e notou que estava um lindo
dia ensolarado. Resolveu dar uma volta pelo pomar para sentir o doce aroma das
deliciosas frutas de lá. Chegou perto de uma mangueira e avistou lá no alto do
galho o papagaio Tedy. Chegou bem perto e começou a puxar conversa com ele:
_Ei amigão! O que faz aí parado?
Ele ficou parado em silêncio e não
queria conversa. Mas Juju insistiu:
_Você
está muito calado. O que houve? Está triste?
_Olha
borboleta, já faz alguns dias que ninguém aqui da redondeza quer falar comigo.
Por isso estou triste. Afinal, de que vale a vida sem amigos para conversar,
para brincar e para divertir?
_Olha
Tedy, vou dar umas voltas por aí para descobrir o que está acontecendo. Depois
volto para falar com você.
E lá se foi a borboleta voando.
Aos passar perto do jardim, percebeu que alguns pássaros estavam pousados no
fio. Falavam todos juntos, discutiam alto. Pareciam estarem insatisfeitos com
alguma coisa. Então ela pousou perto da árvore de jatobá que havia ali e ouviu
o que diziam.
_ Não quero mais falar com o
papagaio! Ele é muito fofoqueiro. –Disse o pintassilgo.
_Quero
distância do papagaio! Ele é muito falso. – Disse o canário.
_Se ele chegar perto de mim sairei
voando! – Disse o pardal.
_ Bem que vi o Tedy fazer intrigas. É muito falso, por isso
prefiro manter distância! – Disse o bem-te-vi.
E assim cada um falava uma coisa do
papagaio.
O
coração de Juju doeu ao ver tanta desunião. Teve pena do papagaio. Então
resolveu ajudá-lo. Voou ao encontro de Tedy e disse-lhe:
_Olha
amigo, os passarinhos estavam discutindo o quanto você é fofoqueiro e falso.
Por que eles dizem isso de você? É verdade?
_Acho que sim, ás vezes eu “falo
pelos cotovelos” e nem percebo se o que estou dizendo é verdade ou fofocas.
_É esse o problema! Você precisa
procurar seus amigos e pedir desculpas. Deve aprender a ouvi-los e não falar da
vida alheia. Talvez eles te perdoem.
_É um bom conselho Juju. Vou voando!
Será que eles aceitam as minhas desculpas!
E saíram voando lado a lado. Chegaram
onde estavam pousados os outros passarinhos. Eles fizeram menção de alçar vôo,
mas Juju foi logo pedindo:
_Amigos, por favor, esperem! Fiquem!
Não vão embora!
_Vamos procurar outro lugar para
ficar, bem longe do Tedy. Ele é fofoqueiro! – disseram.
_Por favor, amigos! peço desculpas
pelos transtornos que lhes causei. Tentarei ouvi-los mais e não farei mais fofocas e intrigas com ninguém, mas por
favor voltem a conversar comigo! Sem vocês me sinto tão sozinho!
Juju percebeu a emoção nos olhos dele
e pediu:
_ Por favor, amigos, já que está arrependido, vocês não
acham que Tedy merece uma nova chance?
Resolveram então atender ao pedido de Juju.
_Tudo bem. Afinal nós também não
estávamos felizes com esta situação. Mas você tem que melhorar Tedy! Não faça
mais intrigas, fofocas e confusões conosco.
O papagaio Tedy compreendeu que a
amizade vale mais que qualquer coisa e deste dia em diante procurou ouvir mais
os amigos, virou conselheiro e um ótimo contador de histórias infantis.
Sempre era visto rodeado de
animaizinhos. E todos amavam ouvir suas histórias, que eram muito divertidas.
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Capítulo XIII
A BORBOLETA E O CAVALINHO
Estava uma linda tarde de verão.
A borboleta Juju resolveu dar uma
voltinha perto do lago de águas cristalinas que ficava em uma linda campina
repleta de flores perfumadas e coloridas.
Ela quis tomar um pouco de água,
pois havia voado muito e o sol estava muito quente.
Quando descansava pousada em uma
pedra, avistou na colina, lindos cavalinhos que brincavam na relva fresquinha.
Um deles chegou bem perto do lago
para tomar água e viu seu reflexo no espelho d’água. Por um momento ficou se
admirando e nem percebeu a linda borboleta azul que o fitava.
_Ei, cavalinho, tudo bem?
_Sim, borboleta está tudo muito
bem. Qual é o seu nome?
_ É Juju e o seu?
_Tedy.
_Você vive por aqui?
_Sim, eu vivo correndo por essas
colinas verdejantes.
_O que você gosta de fazer?
_Gosto de correr pela colina,
Sentir o vento em minha crina
Tomar água cristalina
E a minha liberdade, menina.
_Que beleza de rima, amiguinho!
Você sabe fazer poesia. Eu adoro poesias!
_E eu adoro fazer rimas. Quer
brincar de rimar comigo? Eu digo palavras e você diz o que rima com elas.
_Legal!
E os dois ficaram conversando e nem
perceberam a noite se aproximar.
Despediram-se
e felizes saíram: o cavalinho cavalgando pela colina e a borboleta voando, até
se perder no pôr-do-sol, rumo ao seu adorado lar. Doce lar.
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Capítulo XIV
O SOL – REI DO UNIVERSO
Estava um dia quente. A borboleta
Juju resolveu parar no quintal de Dona Bethe, onde havia um lindo canteiro de
verduras fresquinhas. Precisava depositar seus lindos ovinhos amarelinhos em
uma bela folha. Escolheu um belo pé de couve do canteiro que ficava no lado
esquerdo do quintal.
Depois que pôs seus ovinhos, pensou:
“aqui eles estarão seguros, vão se alimentar, crescer, virar crisálidas e
depois, lindas borboletas, como eu”.
E deixou-os ali e foi embora,
deixando que a natureza cuidasse deles. Encontrou-se com Zazá, sua amiga
borboleta amarela, que comentou:
_Ufa, mas que calor, amiga! Hoje o
Sol está tão quente!
_É verdade, que calor!
_O Sol poderia se apagar ou ficar
mais frio. Disse Zazá.
_ Não diga isso Zazá. Se ele fosse
mais frio, não haveria vida neste planeta.
_Como assim Juju!
_É que eu ouvi a coruja dizer que o
Sol é a fonte de vida de nosso planeta. Ele aquece e ilumina todos os seres da
natureza.
_É tão bom sentir o calor do Sol nos
dias frios de inverno!
_É bom mesmo. Você sabe que é o Sol
que faz existir a brisa? Ele faz o ar se movimentar e ventar fresquinho para
nos refrescar.
_Eu não sabia!
_É o Sol, com sua luz e calor que
ajuda as plantas fabricarem a fotossíntese.
_Fotossíntese? O que é isso? As
plantas tiram fotos?
_Não Zazá. _Disse Juju rindo.
_
Fotossíntese é o processo de fabricação de alimentos que as plantas fazem. Como
elas não saem para procurar alimentos, como nós, precisam utilizar a água e os
sais minerais que retiram do solo, transportar através do caule e dos galhos
até as folhas, que retiram do Sol a luz e o calor. Condensam tudo e ficam bem
alimentadas, verdinhas e cheias de clorofila.
_É por isso que o Sol é o Rei do
universo! É um importante aliado da vida.
Zazá passou a olhar com outros
olhos a visita do Sol ao Planeta Terra. E Juju continuou visitando o canteiro
de Dona Bethe até que seus bebês viraram crisálidas.
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Capítulo XV
A BORBOLETA JUJU E O ANJINHO
Certo dia, Juju estava passeando
perto do lago azul de águas límpidas, e se olhou no enorme espelho d’água.
Ficou ali se admirando por um tempo:” Puxa! Acho que estou ficando velha!
Minhas asas estão tão enrugadas e fracas, já não consigo mais voar para tão
longe”!
Juju ficou parada, vendo sua vida
passar lentamente, em muitas e muitas cenas de suas lembranças. Lembrou-se de cada amigo que conhecera
naquele lugar e o que aprendera com cada um deles. Como eram lindas as noites
de luar ao som da Banda Saparia da Brejolândia! Sentiu-se tão feliz ao ajudar
seus amigos a entenderem os mistérios da verdadeira felicidade! Como o Sol era
essencial à vida! E que para ser feliz não era preciso ter muito. Bastava ter
bons amigos, amor para dar, caridade com o próximo e harmonia com a natureza.
Ela estava tão atônita, que nem percebeu que um anjinho se aproximava.
_Ei, borboleta Juju. Tudo bem com
você?
_Sim, estou bem, mas me sinto tão
cansada! Acho que envelheci e nem me dei conta disso.
_O que é isso Juju. Você ainda é tão
jovem de espírito!
_É, pode ser, mas... Que música é essa?
_São as sinfonias que os anjinhos tocam no
paraíso.
_Que doce melodia! Ela me traz tanta
paz!- Suspirou a borboleta.
_Vem Juju, vamos até lá ouvir a
música. Eu a levarei para um lugar maravilhoso. É o reino das borboletas.
_É muito longe daqui? Sinto-me tão cansada!
_Não, é um caminho iluminado que a
levará ao lugar mais belo que você já viu.
E lá se foram os dois voando rumo ao
paraíso, onde encontraram tantas borboletas multicores, que Juju ficou impressionada.
Suas asas se fortaleceram e ela ficou toda iluminada.
Mais tarde...
_Joãozinho, o que você está fazendo?
Vem para dentro!
_Mamãe, essa borboleta é a mais linda
de todas da minha coleção!
_Onde você a encontrou?
_Caída ao lado do lago azul.
E colocou Juju dentro de um vidro,
guardou-o junto com os outros, num lugar especial, bem em cima da estante de seu quarto.