segunda-feira, 11 de março de 2019

Teatro Lembranças de um soldadinho do circo


Teatro: LEMBRANÇAS DE UM SOLDADINHO DO  CIRCO
                        (Autoria de Jaqueline Marli da Costa- Fevereiro de 2019)
            Cenário 1: Um velhinho bem velhinho e uma velhinha bem velhinha, sentados  num banco, pensativos.
            Cenário 2: Lugar enfeitado para ser um palco de circo
            Ato 1- As lembranças dos avós
 NARRADOR: Era uma vez, um velhinho chamado Vicente. Ele era  um  vovô muito carinhoso e divertido, que as crianças amavam ficar ao redor ouvindo suas histórias. Era uma vez também uma velhinha muito meiga, que se chamava Madalena que sempre acompanhava o vovô, onde ele fosse.
            Certo dia, depois de se servirem de um delicioso jantar, eles foram se sentar num banquinho na varanda da sua humilde casa, olhando o céu estrelado e uma bonita lua cheia que o deixava mais iluminado ainda. Os olhos do senhor Vicente e de dona Madalena ficavam brilhando, como se estivessem se lembrando de alguma coisa que passaram juntos tempos atrás. Ficaram por um tempo em silêncio, observando. Quando de repente, ouviu-se um barulho vindo do terreiro. Eram as crianças Marcelo, Pedro e Rafael, que vieram visitar os vovôs. E já chegaram sorridentes e como de costume, pedindo as bênçãos.
(Entram 3 crianças e se sentam ao redor dos vovôs)
MENINOS:  __ A bênção vovô! A bênção vovó - disseram juntos.
AVÓS: __ Deus o abençoe Pedro! Deus o bençoe Marcelo! Deus o abençoe Rafael!
VOVÓ:__ Vocês estão bem?
PEDRO:__ Sim vovó, estamos muito bem!
MARCELO:  __ Vovô, o que vocês estão fazendo?
VOVÓ            __ Estamos observando a noite iluminada pelas estrelas e pela lua, daqui da varanda dá para ver esse lindo espetáculo!
RAFAEL:      __ E está uma noite linda mesmo. Vovô, você sabia que chegou um circo na cidade? Estamos querendo assistir ao espetáculo de estreia no sábado. Acho que será muito legal!
            Os olhares do vovô Vicente e da vovó Madalena se cruzaram e eles se lembraram dos bons tempos de criança e adolescência.
VOVÔ            : __ Ah, o circo! Ah, meus netos, se soubessem como era bom o circo antigamente!
RAFAEL: __ Vovô, você pode nos contar como era o circo?
            (Então o vovô  começou a se lembrar de uma história bem antiga... Se possível, mudem a cor do da iluminação)
VOVÔ: __Olha meus netos, existia um circo muito bom quando eu e sua avó éramos crianças, que se chamava CIRCO ALEGRIA. E era mesmo uma grande alegria, pois trazia muita diversão para as pessoas por onde passava.
Lá, onde costumava ficar armado, sempre ficava iluminado. Todos os integrantes eram felizes e animados.
VOVÓ: __ Sim, e eu me lembro de cada apresentação que faziam. Eram realmente muito bons! Todos eram muito felizes mesmo. Quanta saudade!
Tinha vários artistas e quem comandava o espetáculo era o apresentador João, que animava a plateia com muita alegria contagiante.
( Vovô Vicente e vovó Madalena saem de cena e vão se trocar para participarem do último ato da peça).
Ato 2- O circo
- APRESENTADOR: Entra dançando, fazendo versinhos:
BOA NOITE MENINOS, MENINAS, MOÇOS, MOÇAS E CASAIS!
RESPEITÁVEL PÚBLICO. É UMA GRANDE SATISFAÇÃO RECEBÊ-LOS EM  NOSSO CIRCO DA ALEGRIA!
NESTA NOITE ILUMINADA AQUI, VOCÊS VERÃO MUITOS ARTISTAS ESPECIAIS.
SEJAM BEM VINDOS AO NOSSO ESPETÁCULO!
 QUE FARÃO VOCÊ SORRIR E SER FELIZ!
HOJE TEM MARMELADA?
HOJE TEM GOIABADA?
E O PALHAÇO O QUE É?
FEDORENTO E TEM CHULÉ!
 ( Risos)
(Entram os palhaços, TOMATE E CHUVISCO  que já chegam tropeçando e caindo. conversam entre si e ficam ao redor do apresentador).
CHUVISCO - Ei, o que disse? Palhaço tem chulé? Não sou eu!
(Diz o palhaço levantando o pé)
- Tomate é você que está com chulé daqueles de deixar o nariz entupido e os cabelos em pé.
TOMATE: __ Eu não. É o apresentador que tem chulé e está de fraque e botina. (Riso)
APRESENTADOR: --- Palhaços isso é só uma brincadeira, ninguém aqui tem chulé! Ou tem?
TOMATE: João do céu! Eu tenho que te contar uma coisa que aconteceu conosco. Sabia que nós dois já morremos?
APRESENTADOR: __Cruzes! Já morreram? (Faz o sinal da cruz se benzendo e fazendo de conta que está sentindo cheiro ruim). Por isso que está esse cheiro ruim de chulé vencido no ar!
TOMATE:__ Não seu ignorante! Não morremos de verdade. Vou te contar. Foi assim...
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(Música do circo da Xuxa ou outra música de palhaço enquanto o apresentador se afasta)
- Ato 3- Os palhaços Tomate e Chuvisco: ( A comédia dos palhaços é baseada na  tradição circense).
            Os palhaços TOMATE E CHUVISCO entram conversando:
            CHUVISCO - Oi Tomate!  Tudo bem com você?
            TOMATE - Oi Chuvisco!  Mais ou menos.
            CHUVISCO - Você vai ao banco?
            TOMATE - Não. Sabe o que está acontecendo?
            CHUVISCO - O quê?
            TOMATE - Estou sem dinheiro. Não tenho dinheiro nem para comprar uma bala.
            CHUVISCO - Ai! Eu estou morrendo de fome! Eu também estou sem dinheiro para comprar comida.
            TOMATE - E o que é que a gente faz para ganhar muito dinheiro?
            CHUVISCO - Ah eu não sei. Vamos pensar juntos. Você pensa daqui e eu penso dali.
(E andam de um lado para outro e depois em círculo, como que pensativos).
            CHUVISCO - Já sei!
(Param na expectativa de uma boa ideia)
CHUVISCO - Não, não, não! Isso dá muito trabalho.
TOMATE - Já sei!
(Param outra vez)
            TOMATE – Aramos a terra, plantamos feijão, regamos o feijão, capinamos o feijão, colhemos o feijão, debulhamos o feijão, cozinhamos o feijão e então: tcham... Tcham... Tcham... COMEMOS FEIJÃO.
            CHUVISCO – (Gritando) Eu odeio feijão! E já pensou no tempão, seu burrão!
            TOMATE – (Desiludido) É não dá!
(Continuam girando, preocupados, apreensivos)
            CHUVISCO – Já sei (Para de repente, trombando os dois e caíndo)
            TOMATE – Seu burro! Não dá para acender a luz traseira quando for ter ideia?
(Levantam meio atordoados)
            CHUVISCO - Eu tenho a solução.
            TOMATE - Ah então toma água para passar!
            CHUVISCO - Não seu palhaço! Não é soluço! È so – lu - ção! Entendeu?
            TOMATE - Não! Achei que disse que está com um grande soluço!
            CHUVISCO - Nããããão! Solução não é um soluço grande. É que eu já sei o que podemos fazer.
            TOMATE - Aaaaah! Por que não me disse antes?
            CHUVISCO – Ai, ai, ai! É o que estou tentando fazer, né? Seu palhaço! Eu já sei o que vamos fazer: você vai morrer!
            TOMATE (assustado, ajoelhando-se)- Ai não! Por favor, não me mate! Sou muito jovem ainda.
            CHUVISCO - Não seu palhaço. Levanta daí! Você morre de mentirinha!
            TOMATE - E alguém morre de mentirinha?
            CHUVISCO - Olha só, vou te explicar. Você vai se fingir de morto e eu vou ficar chorando até chegar alguém para me dar um dinheiro para te enterrar.
            TOMATE – (Apavorado) O quê? Me enterrar? Ficou doido? Eu tenho medo de minhocas, me dá abafamento! Fico sem ar só de pensar!
            CHUVISCO – É burro mesmo! É de mentira, bestalhão!
TOMATE – Ah, entendi! Daí ao invés de comprar caixão, a gente compra um monte de bala, bombons e chocolate?
            CHUVISCO - É. A gente pode ir à padaria, tá bom?
            TOMATE - Então, está combinado. Pronto, morri!
( Diz se agachando).
            CHUVISCO - Não é assim que morre, seu bobão.
            TOMATE - Eu quem vou morrer e então, morro do jeito que quiser!
            CHUVISCO - Não é assim que se morre! Deita aí logo!
(O palhaço Tomate se deita e o outro começa a chorar. Aparece uma moça)
            MOÇA _ Ei, o que aconteceu?
            CHUVISCO – (Chorando escandalosamente) Buá, buá, buá, o meu amigo morreu!    
MOÇA - Ele morreu? Triste Buá! Buá!
            CHUVISCO - É! Ele morreu! Buá,buá. (Grita mais alto)
            MOÇA - Nossa, coitado! Morreu de quê?
            CHUVISCO – Morreu de vinho verde.
            MOÇA – Ele bebeu muito vinho?
CHUVISCO – Não. Ele foi atravessar a rua e pensou que vinha o sinal vermelho para os carros.
MOÇA – E daí?
CHUVISCO – Vinhoverde!
 MOÇA - Coitado! Mas tem que enterrar ele! Já está fedendo.
            CHUVISCO - Pois é! Não tenho dinheiro. Você tem uns trocados para me dar para enterrar ele?
            MOÇA- (Remexendo a bolsa) Não tenho muito, mas vou lhe dar uns trocados.  ( e dá R$1,00 para Chuvisco)
            CHUVISCO - Mas só isso, sua mão de vaca. Já viu alguém ser enterrado com R$1,00?
            MOÇA – (Ofendida) É. Não vale mais do que isso não. (E vai embora).
            CHUVISCO - Tomate, acorda! Já arranjei dinheiro olha! 1 real!
            TOMATE - Espera só, eu gostei de ficar aqui deitado mortinho da silva!
            CHUVISCO - Levanta, seu palhaço! Você não quer o dinheiro?
            TOMATE - Ai, claro amigão. Só um real? Não dá para encher a pança!
            CHUVISCO - Mas é meu esse dinheiro. Você já viu morto ganhar dinheiro? Agora é minha vez de morrer. Vou morrer então. Pronto, morri. ( E se deita no chão).
            TOMATE - Fica bem quietinho que vou ficar chorando aqui. Buá! Buá! (Chorando escandaloso).
            (Passa por ali um homem e o vê chorando. Chega perto e pergunta):
            HOMEM - Ei, o que aconteceu? Por que está chorando?
            TOMATE - AAAAH é o Chuvisco. Ele Morreu!!! – Chora alto.
            HOMEM - Coitadinho!!! Mas morreu de quê?
            TOMATE - Morreu por causa da vaca louca! Buá, buá...
            HOMEM - Nossa, ele comeu carne estragada?
            TOMATE - Não ele estava passando na rua, veio uma vaca louca e PSSS passou em cima dele!
            HOMEM - Nossa, coitado! Mas não vai enterrá-lo?
            TOMATE – Enterrar como moço! Não tenho um centavo. Você me dá um dinheiro para ajudar a enterrá-lo?
            HOMEM - Vou ver aqui, não tenho muito dinheiro, mas... Toma aqui R$1,00!
            TOMATE - Só isso? Sua mão de vaca! Dá mais um pouco aí.
            HOMEM - É só! Você ajunta mais e enterra ele.
(O homem vai embora)
            TOMATE - Acorda palhaço, ela deu 1 real!
            CHUVISCO - Só isso?
            TOMATE - Então espera. R$1,00 mais R$1,00 dá R$3,00, né?
            CHUVISCO – Não, né! Seu palhaço! Não sabe contar?  São R$2,00.
            TOMATE - Pior ainda, não dá para comprar nem um refrigerante.
           
(O homem saiu e encontrou a moça no meio do público ou num canto do palco e conversam):
            MOÇA - Estou chateada, uma pessoa muito alegre que eu conhecia morreu!
HOMEM – Olha, eu também estou triste! Um cara que muitas vezes me fez rir morreu!
MOÇA – Pois é! O Tomate bateu as botas, coitado!
HOMEM – Uai, não foi o Chuvisco?
MOÇA – Não! Foi o Tomate.
HOMEM – Ihhhh! Isto está cheirando a trolagem! Vamos passar um aperto nos dois?
(Enquanto Chuvisco e Tomate contam o dinheiro, o homem e a moça aproximam-se e começam a falar alto).
HOMEM - O Tomate morreu você ficou sabendo? (Tomate se deita no chão).
            MOÇA - Não, foi o Chuvisco! ( Tomate levanta e Chuvisco deita no chão.
                       
            (Segue a cena a vontade, pelo tempo que achar necessário, ou seja, quando a moça fala que foi Tomate quem morreu, este deita no chão. Quando o homem fala que foi Chuvisco, este se deita. Até que gritam ao mesmo tempo).
            MOÇA E HOMEM – CHUVISCO-TOMATE!
(Os dois deitam e ficam como mortos!)

           
            HOMEM –  (teatral) Oh, tragédia meu Deus! Dois mensageiros da alegria morrer assim, juntos.
            MOÇA – Sim, muito triste! Eu juro que daria R$1.000 para saber quem morreu primeiro!
            HOMEM - E eu  daria dez mil reais para saber quem morreu primeiro!
            (Os dois se levantam)
            TOMATE - Eu que morri. Eu que morri.
            CHUVISCO - Não. Fui eu. Fui eu...
            HOMEM - Ah, sabia que era trolagem!
MOÇA Seus trapaceiros! Enganadores... E correm atrás dos palhaços até saírem do palco.
( música para os palhaços se retirarem)

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APRESENTADOR: -- E esses são os nossos divertidíssimos palhaços TOMATE E CHUVISCO. Palmas para eles!
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- Ato 4 - Os mágicos:
APRESENTADOR: A magia sempre fez nossos sentidos ficarem surpresos. Vocês gostam de mágicas? Então com vocês, os mágicos!!!
( Entram os mágicos, fazendo os truques de ilusionistas).
(Música para saírem)
 APRESENTADOR: E esses foram os mágicos mais espertos da face da Terra. Palmas para eles que eles merecem!
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- Ato 4- Os equilibristas:
APRESENTADOR: ( Dança uma música engraçada por uns minutos.)
Os equilibristas vieram para abrilhantar a nossa noite e nos dar um show de talentos. Com vocês, os equilibristas!
(Entram os equilibristas com bambolês, bolas,  livros, – equilibrar alguns objetos como um livro na cabeça, uma vassoura na palma da mão, uma bola na cabeça, ou na mão, pé de lata, palito de picolé ou pazinha de madeira, etc.)
Viver é como andar de bicicleta: É preciso estar em movimento para manter o equilíbrio. Palmas para os nossos equilibristas e sua bela  apresentação.
( Música para os equilibristas se retirarem)
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APRESENTADOR: E com vocês, mais um número circense que faz a criançada apaixonarem. Nossos pequenos animais e seus adestradores. Lembrando que aqui em nosso circo, nossos animaizinhos nunca serão maltratados.
Ato 5- Os animais do circo:
(Entram crianças vestidas de adestradores e animais do circo, como cachorrinhos, macacos, leão. Fazem coisas como passar dentro de bambolês, subir e descer cadeiras, pequenos trajetos de circuito, rolar, rolar bolas, engatinhar, dar pulinhos como se rebatessem bola.)
(Música para os alunos vestidos de animaizinhos se retirarem)
APRESENTADOR: E cadê as palmas animadas para nossos pequenos artistas!
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Ato 6- A bailarina e o soldadinho de chumbo
APRESENTADOR: Agora o número mais lindo e esperado desta apresentação: O amor entre uma linda bailarina e um pequeno soldadinho de chumbo.
Esta história conta a história de uma linda bailarina e um soldadinho de chumbo em uma loja de brinquedos. O amor supera e faz valer cada minuto e sacrifício: Com vocês, a bailarina e o soldadinho!
(Entra uma ou várias bailarinas)
Entra um ou mais soldadinhos e dançam aos pares  com as bailarinas). https://www.youtube.com/watch?v=0qUM_E64BVA ( Música  Boneca de pano e Soldadinho de Chumbo, Os saltimbancos...
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Ato 7- Final: Os avós - A bailarina e soldadinho de chumbo
Ao final da apresentação da bailarina e do soldadinho de chumbo, as crianças Rafael, Marcelo e Pedro entram e abraçam a bailarina que na verdade era a vovó Madalena e o soldadinho que na verdade era o vovô Vicente e Marcelo fala:
- Essa é uma bela história vovô! Vocês fizeram um lindo par neste número quando crianças! Nós amamos vocês! Amamos o circo! Viva o circo!
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E todos entram no cenário para agradecer a presença do público.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Pobre árvore prisioneira!


Pobre árvore prisioneira!
Jaqueline Marli da Costa

Pobre árvore prisioneira!
Que está à mercê dos eucaliptos
Que ali foram plantados ao seu redor.
Fazendo-a perder não só a vida
Mas também sua dignidade
De produzir seus próprios frutos talvez,
Fazendo-a perder não só a água, a seiva da vida,
Impedida de sobreviver ao tempo.
Perdeu sua identidade?
Nada descansa debaixo da sua sombra...
Somente podes contar com os eucaliptos enormes,
Altivos, de troncos firmes e elegantes
Que se quer,  sabem  porque estão ali
Mas sugam sua vitalidade, porque roubam seu espaço,
Roubam  seu alimento, deixando-a à mercê da sua própria existência...
Ou inexistência...
Mal sabem eles, que escravos,
Seu destino está contado...
Em breve serão cortados
E nada mais que em carvões serão transformados,
Sucumbindo ao fogo do  opróbrio...
Assim também somos nós
Pobres árvores humanas...
Ou desumanas
Desalmadas, sempre prontas
A receber o que vier da vida,
Sem ao menos reclamar
Que temos também, tanto quanto as árvores,
Necessidades vitais de água, de sais minerais,
De respirar ... Mas que às vezes expelimos gás carbônico,
Em vez de  oxigênio
No entanto, temos também, “eucaliptos” ao nosso redor
Que sugam a nossa dignidade, nossa força, a  vitalidade
E assim, desanimados, como a árvore sem vida
Nos tornamos pessoas frias, “pacientes”, calculistas,
À mercê do mundo, da sociedade que corrompe
Aceitamos inertes, as raízes dos “ eucaliptos”
Que nos fazem ficar indiferentes às situações
Assim  somos nós,
pobres árvores desumanas,
desnorteadas, sem rumo, sem graça,
prisioneiras da vida!



LEMBRANÇAS...


LEMBRANÇAS...
Jaqueline Marli da Costa
 Ainda tenho em minhas lembranças muitas coisas que vivi e o tempo não conseguiu apagar...
Tenho saudades do tempo em que a terra era majestosa, sagrada, imponente, bem cuidada, pois era dela que tirávamos o nosso sustento.
Sou daquele tempo em que não havia máquinas e tudo o que fazíamos era no braço, com a enxada, a foice, o ancinho... Do tempo em que antes de  plantar as sementes era possível prever as chuvas, só de olhar o céu, fazendo a previsão do tempo certo da colheita, só de olhar para a lua e ver em que fase estava. Tempo em que eu ía furando as covas, o outro ia colocando as sementes e arredando a terra com o pé, tampando os buracos, na espera que caísse uma chuva boa e mansa para o sucesso da colheita. Tempo em que colhia com as próprias mãos, os grãos, e levava-os para a cidade em sacos de moá, tocando a boiada e escutando o ranger das rodas do carro de boi estrada afora. Levava dias, mas voltava com boas trocas, sementes novas, tecidos de chita para a mulher fazer vestidos novos para a festa de São João, que ía ter na casa do compadre.
        Ainda me lembro do tempo em que as colchas eram provenientes da trabalheira da mulher, que cardava e fiava o algodão, na roda de fiar, colocava os fios na dobradeira, enrolava os novelos e os levava para Dona Maria no tear, tecer os fios da colcha.
         Tempo em que a fornalha era a garantia da comida saborosa e quentinha na mesa de madeira que eu mesmo fiz. Ainda guardo na boca o gosto daquele bolo de fubá assado na brasa. Ê que delícia que era,  passar manteiga de leite  feita em casa, no pedaço de bolo quentinho! Carne, não faltava, tinha fartura, pois criávamos galinhas, porco, vaca. Ovos, tinha sempre, as dúzias, para dar e vender. Lenha, saíamos pra buscar os feixes, eu, a mulher e as crianças. Peixe saía pra pescaria com os “compadres,” lá pras bandas do Rio Lambari. Tempo em que pra estudar tinha que caminhar horas e horas, pra chegar à escolinha, com o embornal a tira colo, com a merenda dentro: um dia era um punhado de farinha torrada com açúcar, outro dia era farofa de ovo ou bolo de fubá. Repartia com os colegas e éramos felizes, na companhia da professorinha Maria, que me ensinou o B  A, BÀ e escrever o meu próprio nome, fazer cartas  e contas muito bem.
A roda de amigos era rotina do final das tardes. Cada dia na casa de um compadre. Era uma cachacinha da pura, da boa, que descia na goela e dava um estalar nos dedos. Êta coisa boa, sô!
         Era convidado para um forró animado no terreiro. A fogueira esquentava a gente do frio.  Cada semana na casa de um amigo. Tinha reza do terço, leilão gritado, muita quitanda gostosa na folha da bananeira, que cobria a mesa de madeira.
        A água era tirada da bica e colocada na talha fria e tampada com um prato de esmalte. Água pura, limpinha, gostosa.
         O “Tirijum” (Dejejum) era o fubá afogado com ovo frito e torresmo, cebolinha e salsinha, mingau de fubá com fatias de queijo no fundo do prato, biscoito frito, paçoca de torresmo feito no pilão, bolo de milho assado no forno a brasas. Tirava o leite de manhãzinha e tomava ali mesmo no curral na caneca , espumando até quase derramar. Fazia café preto adoçado com rapadura.
        As casas  feitas de adoube, eram cobertas com telha cumbuca e tinham janelas de pau, com banquinho de madeira na porta da sala pra gente se sentar e contar uns causos até dar a hora de dormir. Os filhos pediam bênçãos, para ir dormir...Que saudade!
        E hoje...
        Hoje fico da janela de pau da antiga casa de telha cumbuca feita de adoube, que eu mesmo fiz, e que ainda faço questão de conservar, só olhando o horizonte, lá onde já foi uma boa roça e fico pensando: quanta diferença! Onde era o curral, hoje tem casas modernas  que meus filhos construíram para morar com suas esposas e meus netos. Onde havia roça plantada com minhas próprias mãos calejadas, no cabo da enxada, hoje tem máquinas arando, plantando, colhendo, selecionando os grãos, ensacando e levando para a cidade naqueles caminhões baús. Tem até máquinas que tiram o leite das vacas e empacota para levar direto para o supermercado!
        Mas a modernidade não me incomoda não. A minha fornalha eu ainda tenho. O velho banquinho também, onde costumo me sentar e contar histórias para meus netinhos. E como eles gostam ! “-Conta mais vô!” Em minha talha ainda conservo água fresquinha para beber, pois a bica não secou, porque eu cuidei de plantar muitas árvores ao seu redor para que se conservasse. Ainda guardo meu pilão no cantinho da fornalha, junto com a vara de pescar e a velha enxada. Ainda gosto de fazer o meu “tirijum”, beber o meu cafezinho preto adoçado com rapadura e o meu antigo carro de boi está guardado debaixo da figueira.
        Tudo mudou e se modernizou, mas na minha casa eu ainda sou daquele tempo...
        ( Texto escrito em homenagem ao meu avô Vicente Antônio da Costa e ao trabalhador rural- 25/05/2008)







História para trabalhar Ens. Relig, Ética e Arte com dobraduras e desenhos: As aventuras da borboleta Juju em capítulos


AS AVENTURAS DA BORBOLETA JUJU  
(Jaqueline Marli da Costa)
Capítulo I
                Era uma vez uma linda borboleta azul, que se chamava Juju.
Ela adorava voar por entre as flores do jardim. Ficava bailando no ar pra lá, pra cá.
            Juju nasceu de um ovinho que estava na folha de um girassol.
            Virou uma lagartinha. Comeu folhinha verde, até crescer e virar uma crisálida. Passados alguns dias, virou uma linda borboleta azul.
             Um dia, Juju saiu para passear. Queria saber como era o mundo lá fora.
Chegou a um lindo jardim e ficou deslumbrada com tanta beleza.          Avistou uma flor vermelha e quis conversar:
            _Olá linda flor!
            _Olá borboleta! Qual é o seu nome?
            _Eu me chamo Juju. E você?
            _ Sou a Flor Vermelha. Que lugar lindo é esse, você não acha?
            _É sim. É um dos lugares mais bonitos que já vi.
            _ você gosta de passear?
            _Gosto sim. Adoro muito visitar o seu jardim. Isso me deixa muito feliz. Você é feliz também?
            _ Sim, sou muito feliz aqui. Mas apesar de tudo, eu também gostaria de sair por aí, como você, para conhecer novos lugares e fazer novos amigos.
            _ Querida amiga, mas aqui, você pode ser feliz, mesmo sem sair do lugar. Está rodeada de amigas flores e pode receber novos amigos sempre.
            _ Eu sei disso, mas é que às vezes fico triste, só de  pensar que minha vidinha é tão curta e que logo logo  vou murchar.
            _ Sabe, minha querida amiga, você já parou para pensar em como você é importante para o nosso planeta? Você possui grãos de pólem os quais as abelhas usam para fabricar o mel. Com uma ajudinha dos amiguinhos insetos que a visita todos os dias, é possível ocorrer a polinização, e perpetuar a sua linda espécie. Assim, mesmo  você murchando, não morrerá, mas virará fruto.
            _ Que bom saber disso, Juju. Agora não serei mais infeliz. Aprendi, que ser feliz  é ter muitos amigos. É ser perfumada, produzir grãos de pólem para ajudar as abelhas a produzirem seu mel, e outras coisas mais. Eu sou muito feliz porque tenho muitos amigos que vêm me visitar todos os dias.
            _ Então, até outro dia, florzinha.
            E a borboletinha, feliz da vida, saiu voando, visitando também as outras flores do jardim e procurando outros amigos com quem conversar.
            Estava deslumbrante com suas asas azuis voando daqui e dali, sempre cantarolando. No meio daquelas flores coloridas então! Quanta beleza! De flor em flor, ela contribuía para a polinização das plantas, assim como outros amiguinhos que por ali também passavam...
            E isso a deixava realmente feliz!

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Capítulo II

A BORBOLETA E A  JOANINHA LILI
                Dias depois a borboleta Juju passeava pela cidade, quando se encontrou com a joaninha Lili. Percebeu que ela estava um pouco desanimada.
          _Olá joaninha! Tudo bem?
          _Olá linda borboleta!
          _ Percebo que você está meio tristonha, cabisbaixa, está tudo bem mesmo?
          _ Eu ando meio sem graça mesmo, Juju. É que alguns insetos andam me esnobando só porque tenho pintas alaranjadas ao invés de pintas pretas. Ficam rindo e debochando de mim e por isso prefiro ficar longe deles.
          _ Mas Joaninha, não ligue para o que eles falam.  Você tem que se achar mais bonita, pois afinal você é que é uma raridade por aqui e deve ser tratada como celebridade. Já se olhou no espelho d’água?  Como você é linda!
          _É mesmo. Não vou perder tempo com o que os outros falam. Vou ser feliz assim mesmo como sou.
          _ É isso mesmo, amiguinha!
          _ Estou indo ao pomar do Senhor Cabral. Você não quer ir comigo? Lá  existem folhas suculentas para comer. Eu adoro aquele lugar!
          _Posso ir com você, Lili?
          _É claro que sim, amiguinha! Vai ser muito divertido! Você vai conhecer um dos meus lugares favoritos.
          E Lá se foram elas. Enquanto caminhavam, conversavam.
          _ Sabe Juju, de agora em diante, vou ser eu mesma e quem quiser ser meu amigo, me aceitará do jeito que sou. Deus, que é tão bom, nos dá tanta coisa boa, tantas folhas deliciosas para nos alimentar, que não dá para ser infeliz. Nós temos é que agradecer todos os dias por tudo de bom que temos e pelo que somos.
          Elas ficaram no pomar até se fartarem com as suculentas folhinhas.
          Mais tarde, a borboleta Juju foi para casa com aquelas palavras no pensamento. Aprendeu a  Agradecer a Deus pela alimentação de cada dia, e a não ficar reclamando á toa, quando temos tudo para ser feliz ao nosso redor.                                

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Capítulo lll  -

 A BORBOLETA E O GATO
                Certo dia, a borboleta estava passeando pela rua e encontrou o gato:
                _ Olá Gato como vai?
                _ Muito bem e você?
                _Estou fazendo uma entrevista com meus amigos para saber: o que é ser feliz.  Você pode me responder à entrevista?
                Depois de um longo miado, o gato respondeu:
                _ Miauuuuu!!!!! Ser feliz, borboletinha Juju,  é sair pela madrugada  e ver a lua cheia. É cantar com os amigos, pular os muros pela vizinhança, sem ter hora de voltar para casa.
                _ Mas não é perigoso, gatinho?
                _ É perigoso. Mas vale a pena arriscar,  quando se está na  companhia de bons amigos.
                _ É preciso saber escolher bem os amigos com quem andar, não é gato?
                _ É isso mesmo Juju. “ Digas com quem andas, que eu te direi quem tu és” já dizia meu avô, que sempre prezava uma verdadeira amizade.
                _ Até logo, gatinho!
                _ Até  outro dia Juju!
                A borboleta ficou encantada  com a resposta e foi para sua casa muito contente.
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Capítulo IV
 A BORBOLETA E O CACHORRINHO NECO
                Numa linda manhã ensolarada, Juju resolveu dar uma volta no quintal do Senhor Pedro, quando avistou o cachorrinho Neco:
                _Olá cachorrinho!
                _Olá borboleta azul! Tudo bem? Para onde você está indo?
                _ Eu vou para o jardim da casa do Tonico. Preciso fazer uma visita ao meu amigo grilo verde, que está meio doente. E você?
                _Vou procurar um osso bem suculento para me divertir.
                _ Cãozinho, o que te deixa feliz?
                _ Olha, borboleta azul, para mim, ser feliz é andar livremente pelas ruas. É encontrar os amigos e bater um bom papo e depois sair em busca de aventuras.
                _ Mas isso é perigoso, cachorrinho!
                _ É sim. Tem os perigos de sermos apanhados pela carrocinha, mas contamos com um pouco de sorte.
                _ Mas o trânsito também traz um perigo muito grande para você, não é?
                _ Sim tenho que ter muita atenção ao atravessar a rua e não ser atropelado por nenhum automóvel! Afinal tem tanta gente dirigindo sem atenção, e muitos pedestre descuidados que não prestam atenção aos sinais e atravessam de qualquer jeito a rua.
                _ Boa sorte, cachorrinho!
                _ Obrigada, Juju. Até logo!
                E Lá se foi o cachorrinho pela rua, dando uivos de alegria!
                Juju  guardou as palavras bem no seu coraçãozinho de borboleta e foi logo fazer a sua visita ao grilo verde.
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Capítulo V 
  A BORBOLETA E A PIPA
                Era uma linda manhã de outono.
            A borboleta Juju foi dar uma volta pelo campo.
            De repente, ficou parada,  admirando a beleza de uma linda pipa que pairava no ar, sendo empinada por um menino muito esperto. Ela pensou:
            _ Esta é a coisa mais linda que já vi! Disse apaixonadamente.
            E foi voando, voando, até chegar bem perto dela:
            _ Olá! Como você se chama?
            _ Eu sou a pipa colorida. E você?
            _ Sou a borboleta Juju.
            _ Você é tão linda! E parece estar tão feliz!
            _ É e estou feliz mesmo! Tem coisa mais legal que pairar no ar e admirar esse lindo planeta azul, que é a mais bela criação de Deus para a humanidade?
            _ É verdade! Olhando daqui, me sinto feliz também.
            _ É pena que o homem com usa ganância ainda não aprendeu a cuidar do nosso planeta. E o pior é que um dia, tudo poderá desaparecer.
            _ Mas, enquanto é tempo, podemos continuar observando tudo de belo e aconselhar as pessoas a olhar a natureza com mais amor e sabedoria.
            Ficaram ali paradas por um bom tempo. Até que...
            _ Joãozinho, vem pra dentro, já está na hora de ir para a escola.
            _ Até logo, borboleta. Agora vou embora descansar.
            _ Até outro dia amiga!
            E a borboleta foi pra casa pensativa: como poderia ajudar a natureza?
            Será que algum dia os homens acordariam para defender a vida que ainda há na Terra?
            Ela então ficou pensativa tentando encontrar uma forma de ajudar o planeta.
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Capítulo VI
 A BORBOLETA E O BALÃO
                Já estava de tarde, quando a borboleta voltava pra casa. Ela ouviu um som bem alto. Curiosa como é, resolveu verificar o que era. Que surpresa! O som vinha do quintal do Senhor Juca. Quando conseguiu pousar em cima do muro, Juju percebeu que o quintal estava todo enfeitado com bandeirinhas e balões pequenos e grandes.
            “Que lindo! Tudo está tão colorido!”- Exclamou. E voou para bem perto das plantas e ficou olhando. Havia um movimento de crianças correndo, adultos dançando, e no centro do terreiro, uma enorme fogueira crepitava,  iluminando  o mastro de São João. Sentiu um delicioso cheiro de pipocas e ficou com água na boca.
            _ Hum! Que delicia!
            Voou e pousou bem perto de um balão colorido. Quis conversar:
            _ Olá amigo! Que festa linda, não acha?
            _ É sim!
            Mas a borboleta notou que o balão não parecia feliz.
            _ Ei balão! Você não parece feliz!
            _ É, e porque eu seria feliz? Só fico pendurado neste cordão! Eu gostaria de ser como você, que vive voando por aí e conhecendo lugares lindos!
            _ Olha balãozinho. Mas você precisa ficar aqui, enfeitando a festa. Se você sair voando, onde irá  descer? Se cair em nossas matas, o que vai acontecer? Toda a mata pega fogo, os animais irão morrer! E os rios vão secar e não poderão mais correr. E não haverá mais nenhum lugar bonito pra se ver.
            _ Puxa, borboleta! Já estou arrependido, quanto mal faz um balão. Não quero causar tanto mal assim. Quer saber? Vou ficar é bem quietinho, enfeitando o quintal. Afinal, um balão colorido também enfeita, e pode ser feliz.
            De repente ouviram uma vozinha que dizia:
            _ Olha mamãe, que balão lindo! Ele é o mais bonito que já vi em todas as festas!
            _ É filho! É o mais bonito de todos!
             A borboleta deu uma piscadinha para o balão e saiu voando:
            _ Felicidades amiguinho! Até outro dia!

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Capítulo VII
A BORBOLETA E AS FORMIGAS TRABALHADEIRAS
            Mal o dia raiou e a borboleta Juju saiu para procurar alimentos.
            Deparou com uma roseira linda e pousou em uma rosa vermelha e respirou fundo:
            _Que perfume delicioso. Que belo dia para passear e me divertir. É tão bom viver neste lugar maravilhoso!
            E ficou ali parada por uns instantes. De repente, olhou para baixo e viu várias formiguinhas andando de um lado para outro. Notou que carregavam folhas muito maiores que elas. Resolveu perguntar:
            _Olá amiguinhas! Quem são vocês?
            _Somos as formigas operárias. _ disseram sempre andando.
            _ E o que fazem?
            _Cortamos e carregamos folhas.
            _Mas porque vocês trabalham tanto assim?
            _Carregamos alimentos para encher a nossa despensa lá do formigueiro. Você sabe o inverno já vem chegando e não podemos perder tempo.
           _Puxa, mas vocês não se cansam de ir e vir o dia inteiro?
            _Sim, mas ouvindo o canto da nossa amiga e artista cigarra, conseguimos ir bem. À noite descansamos mais um pouco. Depois vamos em frente, pois a vida continua.
            _Me dê uma folhinha dessas? Estou com muita fome.
            _Pode pegar quantas você quiser. Neste lugar tem tantas folhas suculentas!
            _Obrigada! Depois posso ajudá-las no transporte das folhas.
            Mas quando Juju tentou pegar uma folha para ajudar a transportar não conseguiu se ajeitar.
            _ Como vocês, sendo tão pequenas, conseguem carregar folhas tão grandes assim?
            _ É que andamos sempre unidas e trabalhamos sempre em grupo.
            E continuaram andando em suas trilhas, sempre organizadas e juntas.
            _ É isso aí, a união faz a força! –Pensou Juju.
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Capítulo VIII
A BORBOLETA, O CARACOL E O MOSQUITO
            Naquela manhã, borboleta Juju, visitava sua amiga abelhinha Tate, quando notou passando por ali, o caracol Lelé andando devagarzinho, devagarzinho, quase parando. De repente veio voando bem ligeiro, o mosquito Zumzum, que ao se deparar com o caracol naquela vagareza começou a zombar:
            _Ei, amigo, aonde vai tão depressa? Cuidado para não capotar!
            E o caracol olhava indiferente.
            _Amigão, que conchas são essas em suas costas? Cuidado não vá tão depressa, senão tropeça!
            E ria... ria... Mas o caracol nem se importava, pois já estava acostumado com as piadinhas de mau gosto dos outros animais, devido á sua vagareza. E continuou a sua viagem.
            _Ei caracol, se você andar mais devagar vai chegar primeiro do que o bicho preguiça! Vá logo!
 O mosquito estava tão eufórico, que não percebeu a teia da aranha Julieta, que por sorte tinha saído para visitar a prima Marieta no jardim ao lado. Ficou preso e enrolado. Começou a gritar por socorro:
                _Ei caracol, me ajuda, por favor, amigo!
                _Mas o que é que eu posso fazer?
                _ Peça ajuda a outros animais, me tire daqui, senão viro comida de aranha.
                Vendo-o naquela aflição, o caracol disse:
                _ Está bem, vou depressa chamar alguém para ajudar.
                E para aflição do mosquito, Lelé saiu andando ainda mais lento que antes. Avistou Juju e a abelhinha, pediu ajuda e foi embora.
                Juju e Tate, vendo aquela situação, resolveram ajudar.
                Voou, voou, e chamou a joaninha Lili  para ajudar.
Puxaram Zumzum e depois Juju lhe disse:
            _Olha mosquito, eu ouvi você zombar do caracol Lelé, só porque ele é vagaroso. Mas isso é da natureza dos caracóis, pois você não viu que ele carrega sua casa nas costa? Além  disso, a pressa nem sempre ajuda!
            _É verdade, acabei de comprovar isso.
            _Você teve sorte de que Julieta não estivesse aqui e do caracol ter falado conosco para te ajudar? Cada um é do jeito que é e não cabe a ninguém zombar do jeito dos outros.
            _Puxa, vou pedir desculpas ao caracol Lelé e de hoje em diante respeitarei as diferenças, não serei mais zombador.
            O caracol desculpou o mosquito dizendo:
            _ A pressa é inimiga da perfeição...
            E continuou seu caminho, andando devagar como sempre, sem mudar o jeito. E o mosquito voou ligeirinho, ligeirinho, mas sempre olhando por onde passava.
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                                                                          Capítulo IX
A SAPARIA DA BREJOLÂNDIA
                A borboletinha saiu para encontrar-se com seus amigos. Chegou ao brejo e foi logo conversar com o sapo:
            _Olá bichinho! Eu sou a borboleta Juju. Como você se chama?
            _Eu sou o sapo Romeu. Sou um vertebrado, ovíparo, anfíbio e vivo por essas redondezas.
            _Que legal! Eu venho do campo ao lado e procuro amigos. Você quer ser meu amigo?
            _Claro que sim amiguinha. Eu tenho uma porção de amigos que como eu, coaxam.
            _O que vocês fazem para se divertir?
            _Nós formamos uma magnífica orquestra e fazemos serenata À noite.
            _Como se chama a orquestra de vocês?
            _Se chama SAPARIA DA BREJOLÂNDIA.
            _Que nome sugestivo, hem?  Então aquela música que escuto todas as noites é de vocês?
            _Sim. Nós fazemos música com muito prazer e pra todos os gostos. E isso nos deixa muito feliz.
            _Puxa vida! Vocês são realmente criaturas muito especiais que alegram as noites dos brejos.
            _É uma pena que as pessoas tenham tanto nojo de nós. Somos seres inofensivos, não fazemos mal a ninguém. Talvez seja pela nossa aparência.
            _Olha sapinho, não importa a aparência. O importante é você ter bom coração, ser autêntico e ajudar a natureza.
            _É, isso eu sou e adoro a natureza.
            _Felicidade amigos. Bom show, logo mais à noite. Vou escutar com muito prazer e fazer propaganda da orquestra. Beijos!
            _Até outro dia amiga. Foi um prazer. Volte outras vezes para assistir o show!
            _Com certeza virei mesmo. Até logo amiguinho!
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Capítulo X
A BORBOLETA E O IPÊ AMARELO
                Depois de voar por várias horas, conversando e fazendo novas amizades, a borboleta Juju parou para descansar embaixo de um belo ipê. Ficou pousada sobre a raiz daquela majestosa árvore. Estava tão cansada, que nem percebeu que a árvore estava tão carregada de flores. De repente, sentiu uma leve brisa, passar pelo seu rosto. E um perfume tão gostoso  que nunca havia sentido antes. Então, olhou para cima e viu a maravilha daquela árvore.
               _Que árvore linda! Que doce o perfume das suas flores!
               De repente, começou a ouvir uma voz:
               _Descanse um pouco debaixo da minha sombra, borboleta!
               _Quem está falando?
               _Sou eu, o ipê amarelo!
               _Ipê amarelo, você é tão lindo!
               _Obrigada! Você também tem lindas asas.
               _Você dá flores e frutos como as outras árvores?
               _Não! Eu tenho somente flores e quando elas caem ganho lindas folhas. Eu floresço todo ano no inverno e fico assim, todo  perfumado .  Sou destaque pela minha exuberante florescência.
               _Puxa! Está tão bom  descansar aqui! Ipê, você deve ser muito feliz! 
               _Sou sim e tenho orgulho de ser uma árvore tão rara!
               _Mesmo não podendo passear, você se sente feliz?
               _Sim, pois daqui eu vejo muitas coisas bonitas, recebo visitas de vários amiguinhos. Deixo os pássaros e outros amiguinhos viverem em meus galhos, floresço para anunciar a primavera que está para chegar. Tenho tudo de que preciso para viver bem feliz.
               _É uma bonita história de vida! Eu estou feliz por encontrar você. Assim posso me descansar e recuperar minhas forças para continuar o meu passeio.
               _Então volte outras vezes amiguinha. Mesmo quando eu estiver sem flores, com minhas folhas darei uma boa sombra para você. Será um prazer fazer sombra para aliviar seu cansaço.
               _ Adeus ipê florido! Preciso  procurar água para beber.
                _ Até outro dia amiguinha! Olha, tem um rio de águas claras aqui pertinho onde você poderá matar a sede.                                                                                                           
              Ela voou feliz Por ter conhecido o majestoso ipê amarelo.
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Capítulo XI
A BORBOLETA E OS PEIXINHOS DO RIO DOCE
                   A borboleta Juju voou, voou, até que avistou um rio de águas claras e doce, onde se avistava lindos peixinhos nadando. Ela ficou pousada em uma pedra, olhando a dança dos peixes na água. Então perguntou:
            _Olá amigos! Quem são vocês que nadam neste lindo rio?
            _Somos os peixes.
            _Como vocês conseguem viver sem ar dentro d’água?
            _Na verdade amiguinha, respiramos o oxigênio retirado da água, através das brânquias.
            _Como vocês se alimentam?
            _Nos alimentamos de plantas, insetos e sementinhas que caem na água.
            _Peixinhos, vocês parecem tão felizes neste rio!
            _Somos muito felizes mesmo, pois aqui, as águas estão clarinhas e limpas.
            _Mas tem uma parte do rio, onde não gostamos de ficar.
            _Por quê?
            _Lá tem muito entulho, que as pessoas jogaram no rio.
            _São tantos lixos, que não conseguimos nem respirar e muitos de nós morrem intoxicados.
            _Precisamos de um lugar limpo, onde podemos nos reproduzir e nos alimentar. Aí sim seremos plenamente felizes.
            A borboleta ficou pensativa e disse:
            _Os seres humanos precisam aprender a cuidar da natureza, pois os animais e as plantas precisam sobreviver. Basta que as pessoas coloquem mais amor e bondade em seus corações e deixem de poluir e destruir as matas e os rios.
            _Ei peixinho! Dê-me um pouco de água pra eu beber?
            _Claro amiga pode tomar desta água clara. Ela é limpinha!
            A borboleta tomou água e ficou mais um tempo conversando com os peixes.
            E descobriu coisas maravilhosas sobre o reino das águas.
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Capítulo XII
A BORBOLETA E OS PASSARINHOS
          Já estava amanhecendo quando a borboleta Juju se espreguiçou. Olhou pela janela e notou que estava um lindo dia ensolarado. Resolveu dar uma volta pelo pomar para sentir o doce aroma das deliciosas frutas de lá. Chegou perto de uma mangueira e avistou lá no alto do galho o papagaio Tedy. Chegou bem perto e começou a puxar conversa com ele:
          _Ei amigão! O que faz aí parado?
          Ele ficou parado em silêncio e não queria conversa. Mas Juju insistiu:
                _Você está muito calado. O que houve? Está triste?
                _Olha borboleta, já faz alguns dias que ninguém aqui da redondeza quer falar comigo. Por isso estou triste. Afinal, de que vale a vida sem amigos para conversar, para brincar e para divertir?
                _Olha Tedy, vou dar umas voltas por aí para descobrir o que está acontecendo. Depois volto para falar com você.
E lá se foi a borboleta voando. Aos passar perto do jardim, percebeu que alguns pássaros estavam pousados no fio. Falavam todos juntos, discutiam alto. Pareciam estarem insatisfeitos com alguma coisa. Então ela pousou perto da árvore de jatobá que havia ali e ouviu o que diziam.
          _ Não quero mais falar com o papagaio! Ele é muito fofoqueiro. –Disse o pintassilgo.
                _Quero distância do papagaio! Ele é muito falso. – Disse o canário.
          _Se ele chegar perto de mim sairei voando! – Disse o pardal.
          _ Bem que vi o Tedy  fazer intrigas. É muito falso, por isso prefiro manter distância! – Disse o bem-te-vi.
          E assim cada um falava uma coisa do papagaio.
                O coração de Juju doeu ao ver tanta desunião. Teve pena do papagaio. Então resolveu ajudá-lo. Voou ao encontro de Tedy e disse-lhe:
                _Olha amigo, os passarinhos estavam discutindo o quanto você é fofoqueiro e falso. Por que eles dizem isso de você? É verdade?
          _Acho que sim, ás vezes eu “falo pelos cotovelos” e nem percebo se o que estou dizendo é verdade ou fofocas.
          _É esse o problema! Você precisa procurar seus amigos e pedir desculpas. Deve aprender a ouvi-los e não falar da vida alheia. Talvez eles te perdoem.
          _É um bom conselho Juju. Vou voando! Será que eles aceitam as minhas desculpas!
          E saíram voando lado a lado. Chegaram onde estavam pousados os outros passarinhos. Eles fizeram menção de alçar vôo, mas Juju foi logo pedindo:
          _Amigos, por favor, esperem! Fiquem! Não vão embora!
          _Vamos procurar outro lugar para ficar, bem longe do Tedy. Ele é fofoqueiro! – disseram.
          _Por favor, amigos! peço desculpas pelos transtornos que lhes causei. Tentarei ouvi-los mais e não farei  mais fofocas e intrigas com ninguém, mas por favor voltem a conversar comigo! Sem vocês me sinto tão sozinho!
          Juju percebeu a emoção nos olhos dele e pediu:
          _ Por favor,  amigos, já que está arrependido, vocês não acham que Tedy merece uma nova chance?
          Resolveram então atender  ao pedido de Juju.
          _Tudo bem. Afinal nós também não estávamos felizes com esta situação. Mas você tem que melhorar Tedy! Não faça mais intrigas, fofocas e confusões conosco.
           O papagaio Tedy compreendeu que a amizade vale mais que qualquer coisa e deste dia em diante procurou ouvir mais os amigos, virou conselheiro e um ótimo contador de histórias infantis.
          Sempre era visto rodeado de animaizinhos. E todos amavam ouvir suas histórias, que eram muito divertidas.
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Capítulo XIII
A BORBOLETA E O CAVALINHO
            Estava uma linda tarde de verão.
            A borboleta Juju resolveu dar uma voltinha perto do lago de águas cristalinas que ficava em uma linda campina repleta de flores perfumadas e coloridas.
            Ela quis tomar um pouco de água, pois havia voado muito e o sol estava muito quente.
            Quando descansava pousada em uma pedra, avistou na colina, lindos cavalinhos que brincavam na relva fresquinha.
            Um deles chegou bem perto do lago para tomar água e viu seu reflexo no espelho d’água. Por um momento ficou se admirando e nem percebeu a linda borboleta azul que o fitava.
            _Ei, cavalinho, tudo bem?
            _Sim, borboleta está tudo muito bem. Qual é o seu nome?
            _ É Juju e o seu?
            _Tedy.
            _Você vive por aqui?
            _Sim, eu vivo correndo por essas colinas verdejantes.
            _O que você gosta de fazer?
            _Gosto de correr pela colina,
             Sentir o vento em minha crina
                Tomar água cristalina
             E a minha liberdade, menina.
            _Que beleza de rima, amiguinho! Você sabe fazer poesia. Eu adoro poesias!
            _E eu adoro fazer rimas. Quer brincar de rimar comigo? Eu digo palavras e você diz o que rima com elas.
            _Legal!
            E os dois ficaram conversando e nem perceberam a noite se aproximar.
                Despediram-se e felizes saíram: o cavalinho cavalgando pela colina e a borboleta voando, até se perder no pôr-do-sol, rumo ao seu adorado lar. Doce lar.
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Capítulo XIV
O SOL – REI DO UNIVERSO
          Estava um dia quente. A borboleta Juju resolveu parar no quintal de Dona Bethe, onde havia um lindo canteiro de verduras fresquinhas. Precisava depositar seus lindos ovinhos amarelinhos em uma bela folha. Escolheu um belo pé de couve do canteiro que ficava no lado esquerdo do quintal.
          Depois que pôs seus ovinhos, pensou: “aqui eles estarão seguros, vão se alimentar, crescer, virar crisálidas e depois, lindas borboletas, como eu”.
          E deixou-os ali e foi embora, deixando que a natureza cuidasse deles. Encontrou-se com Zazá, sua amiga borboleta amarela, que comentou:
          _Ufa, mas que calor, amiga! Hoje o Sol está tão quente!
          _É verdade, que calor!
          _O Sol poderia se apagar ou ficar mais frio. Disse Zazá.
          _ Não diga isso Zazá. Se ele fosse mais frio, não haveria vida neste planeta.
          _Como assim Juju!
          _É que eu ouvi a coruja dizer que o Sol é a fonte de vida de nosso planeta. Ele aquece e ilumina todos os seres da natureza.
          _É tão bom sentir o calor do Sol nos dias frios de inverno!
          _É bom mesmo. Você sabe que é o Sol que faz existir a brisa? Ele faz o ar se movimentar e ventar fresquinho para nos refrescar.
          _Eu não sabia!
          _É o Sol, com sua luz e calor que ajuda as plantas fabricarem a fotossíntese.
            _Fotossíntese? O que é isso? As plantas tiram fotos?
            _Não Zazá. _Disse Juju rindo.
                _ Fotossíntese é o processo de fabricação de alimentos que as plantas fazem. Como elas não saem para procurar alimentos, como nós, precisam utilizar a água e os sais minerais que retiram do solo, transportar através do caule e dos galhos até as folhas, que retiram do Sol a luz e o calor. Condensam tudo e ficam bem alimentadas, verdinhas e cheias de clorofila.
            _É por isso que o Sol é o Rei do universo! É um importante aliado da vida.
            Zazá passou a olhar com outros olhos a visita do Sol ao Planeta Terra. E Juju continuou visitando o canteiro de Dona Bethe até que seus bebês viraram crisálidas.
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Capítulo XV
A BORBOLETA JUJU E O ANJINHO
          Certo dia, Juju estava passeando perto do lago azul de águas límpidas, e se olhou no enorme espelho d’água. Ficou ali se admirando por um tempo:” Puxa! Acho que estou ficando velha! Minhas asas estão tão enrugadas e fracas, já não consigo mais voar para tão longe”!
          Juju ficou parada, vendo sua vida passar lentamente, em muitas e muitas cenas de suas lembranças.  Lembrou-se de cada amigo que conhecera naquele lugar e o que aprendera com cada um deles. Como eram lindas as noites de luar ao som da Banda Saparia da Brejolândia! Sentiu-se tão feliz ao ajudar seus amigos a entenderem os mistérios da verdadeira felicidade! Como o Sol era essencial à vida! E que para ser feliz não era preciso ter muito. Bastava ter bons amigos, amor para dar, caridade com o próximo e harmonia com a natureza. Ela estava tão atônita, que nem percebeu que um anjinho se aproximava.
          _Ei, borboleta Juju. Tudo bem com você?
          _Sim, estou bem, mas me sinto tão cansada! Acho que envelheci e nem me dei conta disso.
          _O que é isso Juju. Você ainda é tão jovem de espírito!
          _É, pode ser,  mas... Que música é essa?
          _São as sinfonias que os anjinhos tocam no paraíso.
          _Que doce melodia! Ela me traz tanta paz!- Suspirou a borboleta.
          _Vem Juju, vamos até lá ouvir a música. Eu a levarei para um lugar maravilhoso. É o reino das borboletas.
          _É muito longe daqui?  Sinto-me tão cansada!
          _Não, é um caminho iluminado que a levará ao lugar mais belo que você já viu.
          E lá se foram os dois voando rumo ao paraíso, onde encontraram tantas borboletas multicores, que Juju ficou impressionada. Suas asas se fortaleceram e ela ficou toda iluminada.
          Mais tarde...
          _Joãozinho, o que você está fazendo? Vem para dentro!
          _Mamãe, essa borboleta é a mais linda de todas da minha coleção!
          _Onde você a encontrou?
          _Caída ao lado do lago azul.
          E colocou Juju dentro de um vidro, guardou-o junto com os outros, num lugar especial,  bem em cima da estante de seu quarto.