segunda-feira, 11 de março de 2019

Teatro Lembranças de um soldadinho do circo


Teatro: LEMBRANÇAS DE UM SOLDADINHO DO  CIRCO
                        (Autoria de Jaqueline Marli da Costa- Fevereiro de 2019)
            Cenário 1: Um velhinho bem velhinho e uma velhinha bem velhinha, sentados  num banco, pensativos.
            Cenário 2: Lugar enfeitado para ser um palco de circo
            Ato 1- As lembranças dos avós
 NARRADOR: Era uma vez, um velhinho chamado Vicente. Ele era  um  vovô muito carinhoso e divertido, que as crianças amavam ficar ao redor ouvindo suas histórias. Era uma vez também uma velhinha muito meiga, que se chamava Madalena que sempre acompanhava o vovô, onde ele fosse.
            Certo dia, depois de se servirem de um delicioso jantar, eles foram se sentar num banquinho na varanda da sua humilde casa, olhando o céu estrelado e uma bonita lua cheia que o deixava mais iluminado ainda. Os olhos do senhor Vicente e de dona Madalena ficavam brilhando, como se estivessem se lembrando de alguma coisa que passaram juntos tempos atrás. Ficaram por um tempo em silêncio, observando. Quando de repente, ouviu-se um barulho vindo do terreiro. Eram as crianças Marcelo, Pedro e Rafael, que vieram visitar os vovôs. E já chegaram sorridentes e como de costume, pedindo as bênçãos.
(Entram 3 crianças e se sentam ao redor dos vovôs)
MENINOS:  __ A bênção vovô! A bênção vovó - disseram juntos.
AVÓS: __ Deus o abençoe Pedro! Deus o bençoe Marcelo! Deus o abençoe Rafael!
VOVÓ:__ Vocês estão bem?
PEDRO:__ Sim vovó, estamos muito bem!
MARCELO:  __ Vovô, o que vocês estão fazendo?
VOVÓ            __ Estamos observando a noite iluminada pelas estrelas e pela lua, daqui da varanda dá para ver esse lindo espetáculo!
RAFAEL:      __ E está uma noite linda mesmo. Vovô, você sabia que chegou um circo na cidade? Estamos querendo assistir ao espetáculo de estreia no sábado. Acho que será muito legal!
            Os olhares do vovô Vicente e da vovó Madalena se cruzaram e eles se lembraram dos bons tempos de criança e adolescência.
VOVÔ            : __ Ah, o circo! Ah, meus netos, se soubessem como era bom o circo antigamente!
RAFAEL: __ Vovô, você pode nos contar como era o circo?
            (Então o vovô  começou a se lembrar de uma história bem antiga... Se possível, mudem a cor do da iluminação)
VOVÔ: __Olha meus netos, existia um circo muito bom quando eu e sua avó éramos crianças, que se chamava CIRCO ALEGRIA. E era mesmo uma grande alegria, pois trazia muita diversão para as pessoas por onde passava.
Lá, onde costumava ficar armado, sempre ficava iluminado. Todos os integrantes eram felizes e animados.
VOVÓ: __ Sim, e eu me lembro de cada apresentação que faziam. Eram realmente muito bons! Todos eram muito felizes mesmo. Quanta saudade!
Tinha vários artistas e quem comandava o espetáculo era o apresentador João, que animava a plateia com muita alegria contagiante.
( Vovô Vicente e vovó Madalena saem de cena e vão se trocar para participarem do último ato da peça).
Ato 2- O circo
- APRESENTADOR: Entra dançando, fazendo versinhos:
BOA NOITE MENINOS, MENINAS, MOÇOS, MOÇAS E CASAIS!
RESPEITÁVEL PÚBLICO. É UMA GRANDE SATISFAÇÃO RECEBÊ-LOS EM  NOSSO CIRCO DA ALEGRIA!
NESTA NOITE ILUMINADA AQUI, VOCÊS VERÃO MUITOS ARTISTAS ESPECIAIS.
SEJAM BEM VINDOS AO NOSSO ESPETÁCULO!
 QUE FARÃO VOCÊ SORRIR E SER FELIZ!
HOJE TEM MARMELADA?
HOJE TEM GOIABADA?
E O PALHAÇO O QUE É?
FEDORENTO E TEM CHULÉ!
 ( Risos)
(Entram os palhaços, TOMATE E CHUVISCO  que já chegam tropeçando e caindo. conversam entre si e ficam ao redor do apresentador).
CHUVISCO - Ei, o que disse? Palhaço tem chulé? Não sou eu!
(Diz o palhaço levantando o pé)
- Tomate é você que está com chulé daqueles de deixar o nariz entupido e os cabelos em pé.
TOMATE: __ Eu não. É o apresentador que tem chulé e está de fraque e botina. (Riso)
APRESENTADOR: --- Palhaços isso é só uma brincadeira, ninguém aqui tem chulé! Ou tem?
TOMATE: João do céu! Eu tenho que te contar uma coisa que aconteceu conosco. Sabia que nós dois já morremos?
APRESENTADOR: __Cruzes! Já morreram? (Faz o sinal da cruz se benzendo e fazendo de conta que está sentindo cheiro ruim). Por isso que está esse cheiro ruim de chulé vencido no ar!
TOMATE:__ Não seu ignorante! Não morremos de verdade. Vou te contar. Foi assim...
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(Música do circo da Xuxa ou outra música de palhaço enquanto o apresentador se afasta)
- Ato 3- Os palhaços Tomate e Chuvisco: ( A comédia dos palhaços é baseada na  tradição circense).
            Os palhaços TOMATE E CHUVISCO entram conversando:
            CHUVISCO - Oi Tomate!  Tudo bem com você?
            TOMATE - Oi Chuvisco!  Mais ou menos.
            CHUVISCO - Você vai ao banco?
            TOMATE - Não. Sabe o que está acontecendo?
            CHUVISCO - O quê?
            TOMATE - Estou sem dinheiro. Não tenho dinheiro nem para comprar uma bala.
            CHUVISCO - Ai! Eu estou morrendo de fome! Eu também estou sem dinheiro para comprar comida.
            TOMATE - E o que é que a gente faz para ganhar muito dinheiro?
            CHUVISCO - Ah eu não sei. Vamos pensar juntos. Você pensa daqui e eu penso dali.
(E andam de um lado para outro e depois em círculo, como que pensativos).
            CHUVISCO - Já sei!
(Param na expectativa de uma boa ideia)
CHUVISCO - Não, não, não! Isso dá muito trabalho.
TOMATE - Já sei!
(Param outra vez)
            TOMATE – Aramos a terra, plantamos feijão, regamos o feijão, capinamos o feijão, colhemos o feijão, debulhamos o feijão, cozinhamos o feijão e então: tcham... Tcham... Tcham... COMEMOS FEIJÃO.
            CHUVISCO – (Gritando) Eu odeio feijão! E já pensou no tempão, seu burrão!
            TOMATE – (Desiludido) É não dá!
(Continuam girando, preocupados, apreensivos)
            CHUVISCO – Já sei (Para de repente, trombando os dois e caíndo)
            TOMATE – Seu burro! Não dá para acender a luz traseira quando for ter ideia?
(Levantam meio atordoados)
            CHUVISCO - Eu tenho a solução.
            TOMATE - Ah então toma água para passar!
            CHUVISCO - Não seu palhaço! Não é soluço! È so – lu - ção! Entendeu?
            TOMATE - Não! Achei que disse que está com um grande soluço!
            CHUVISCO - Nããããão! Solução não é um soluço grande. É que eu já sei o que podemos fazer.
            TOMATE - Aaaaah! Por que não me disse antes?
            CHUVISCO – Ai, ai, ai! É o que estou tentando fazer, né? Seu palhaço! Eu já sei o que vamos fazer: você vai morrer!
            TOMATE (assustado, ajoelhando-se)- Ai não! Por favor, não me mate! Sou muito jovem ainda.
            CHUVISCO - Não seu palhaço. Levanta daí! Você morre de mentirinha!
            TOMATE - E alguém morre de mentirinha?
            CHUVISCO - Olha só, vou te explicar. Você vai se fingir de morto e eu vou ficar chorando até chegar alguém para me dar um dinheiro para te enterrar.
            TOMATE – (Apavorado) O quê? Me enterrar? Ficou doido? Eu tenho medo de minhocas, me dá abafamento! Fico sem ar só de pensar!
            CHUVISCO – É burro mesmo! É de mentira, bestalhão!
TOMATE – Ah, entendi! Daí ao invés de comprar caixão, a gente compra um monte de bala, bombons e chocolate?
            CHUVISCO - É. A gente pode ir à padaria, tá bom?
            TOMATE - Então, está combinado. Pronto, morri!
( Diz se agachando).
            CHUVISCO - Não é assim que morre, seu bobão.
            TOMATE - Eu quem vou morrer e então, morro do jeito que quiser!
            CHUVISCO - Não é assim que se morre! Deita aí logo!
(O palhaço Tomate se deita e o outro começa a chorar. Aparece uma moça)
            MOÇA _ Ei, o que aconteceu?
            CHUVISCO – (Chorando escandalosamente) Buá, buá, buá, o meu amigo morreu!    
MOÇA - Ele morreu? Triste Buá! Buá!
            CHUVISCO - É! Ele morreu! Buá,buá. (Grita mais alto)
            MOÇA - Nossa, coitado! Morreu de quê?
            CHUVISCO – Morreu de vinho verde.
            MOÇA – Ele bebeu muito vinho?
CHUVISCO – Não. Ele foi atravessar a rua e pensou que vinha o sinal vermelho para os carros.
MOÇA – E daí?
CHUVISCO – Vinhoverde!
 MOÇA - Coitado! Mas tem que enterrar ele! Já está fedendo.
            CHUVISCO - Pois é! Não tenho dinheiro. Você tem uns trocados para me dar para enterrar ele?
            MOÇA- (Remexendo a bolsa) Não tenho muito, mas vou lhe dar uns trocados.  ( e dá R$1,00 para Chuvisco)
            CHUVISCO - Mas só isso, sua mão de vaca. Já viu alguém ser enterrado com R$1,00?
            MOÇA – (Ofendida) É. Não vale mais do que isso não. (E vai embora).
            CHUVISCO - Tomate, acorda! Já arranjei dinheiro olha! 1 real!
            TOMATE - Espera só, eu gostei de ficar aqui deitado mortinho da silva!
            CHUVISCO - Levanta, seu palhaço! Você não quer o dinheiro?
            TOMATE - Ai, claro amigão. Só um real? Não dá para encher a pança!
            CHUVISCO - Mas é meu esse dinheiro. Você já viu morto ganhar dinheiro? Agora é minha vez de morrer. Vou morrer então. Pronto, morri. ( E se deita no chão).
            TOMATE - Fica bem quietinho que vou ficar chorando aqui. Buá! Buá! (Chorando escandaloso).
            (Passa por ali um homem e o vê chorando. Chega perto e pergunta):
            HOMEM - Ei, o que aconteceu? Por que está chorando?
            TOMATE - AAAAH é o Chuvisco. Ele Morreu!!! – Chora alto.
            HOMEM - Coitadinho!!! Mas morreu de quê?
            TOMATE - Morreu por causa da vaca louca! Buá, buá...
            HOMEM - Nossa, ele comeu carne estragada?
            TOMATE - Não ele estava passando na rua, veio uma vaca louca e PSSS passou em cima dele!
            HOMEM - Nossa, coitado! Mas não vai enterrá-lo?
            TOMATE – Enterrar como moço! Não tenho um centavo. Você me dá um dinheiro para ajudar a enterrá-lo?
            HOMEM - Vou ver aqui, não tenho muito dinheiro, mas... Toma aqui R$1,00!
            TOMATE - Só isso? Sua mão de vaca! Dá mais um pouco aí.
            HOMEM - É só! Você ajunta mais e enterra ele.
(O homem vai embora)
            TOMATE - Acorda palhaço, ela deu 1 real!
            CHUVISCO - Só isso?
            TOMATE - Então espera. R$1,00 mais R$1,00 dá R$3,00, né?
            CHUVISCO – Não, né! Seu palhaço! Não sabe contar?  São R$2,00.
            TOMATE - Pior ainda, não dá para comprar nem um refrigerante.
           
(O homem saiu e encontrou a moça no meio do público ou num canto do palco e conversam):
            MOÇA - Estou chateada, uma pessoa muito alegre que eu conhecia morreu!
HOMEM – Olha, eu também estou triste! Um cara que muitas vezes me fez rir morreu!
MOÇA – Pois é! O Tomate bateu as botas, coitado!
HOMEM – Uai, não foi o Chuvisco?
MOÇA – Não! Foi o Tomate.
HOMEM – Ihhhh! Isto está cheirando a trolagem! Vamos passar um aperto nos dois?
(Enquanto Chuvisco e Tomate contam o dinheiro, o homem e a moça aproximam-se e começam a falar alto).
HOMEM - O Tomate morreu você ficou sabendo? (Tomate se deita no chão).
            MOÇA - Não, foi o Chuvisco! ( Tomate levanta e Chuvisco deita no chão.
                       
            (Segue a cena a vontade, pelo tempo que achar necessário, ou seja, quando a moça fala que foi Tomate quem morreu, este deita no chão. Quando o homem fala que foi Chuvisco, este se deita. Até que gritam ao mesmo tempo).
            MOÇA E HOMEM – CHUVISCO-TOMATE!
(Os dois deitam e ficam como mortos!)

           
            HOMEM –  (teatral) Oh, tragédia meu Deus! Dois mensageiros da alegria morrer assim, juntos.
            MOÇA – Sim, muito triste! Eu juro que daria R$1.000 para saber quem morreu primeiro!
            HOMEM - E eu  daria dez mil reais para saber quem morreu primeiro!
            (Os dois se levantam)
            TOMATE - Eu que morri. Eu que morri.
            CHUVISCO - Não. Fui eu. Fui eu...
            HOMEM - Ah, sabia que era trolagem!
MOÇA Seus trapaceiros! Enganadores... E correm atrás dos palhaços até saírem do palco.
( música para os palhaços se retirarem)

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APRESENTADOR: -- E esses são os nossos divertidíssimos palhaços TOMATE E CHUVISCO. Palmas para eles!
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- Ato 4 - Os mágicos:
APRESENTADOR: A magia sempre fez nossos sentidos ficarem surpresos. Vocês gostam de mágicas? Então com vocês, os mágicos!!!
( Entram os mágicos, fazendo os truques de ilusionistas).
(Música para saírem)
 APRESENTADOR: E esses foram os mágicos mais espertos da face da Terra. Palmas para eles que eles merecem!
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- Ato 4- Os equilibristas:
APRESENTADOR: ( Dança uma música engraçada por uns minutos.)
Os equilibristas vieram para abrilhantar a nossa noite e nos dar um show de talentos. Com vocês, os equilibristas!
(Entram os equilibristas com bambolês, bolas,  livros, – equilibrar alguns objetos como um livro na cabeça, uma vassoura na palma da mão, uma bola na cabeça, ou na mão, pé de lata, palito de picolé ou pazinha de madeira, etc.)
Viver é como andar de bicicleta: É preciso estar em movimento para manter o equilíbrio. Palmas para os nossos equilibristas e sua bela  apresentação.
( Música para os equilibristas se retirarem)
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APRESENTADOR: E com vocês, mais um número circense que faz a criançada apaixonarem. Nossos pequenos animais e seus adestradores. Lembrando que aqui em nosso circo, nossos animaizinhos nunca serão maltratados.
Ato 5- Os animais do circo:
(Entram crianças vestidas de adestradores e animais do circo, como cachorrinhos, macacos, leão. Fazem coisas como passar dentro de bambolês, subir e descer cadeiras, pequenos trajetos de circuito, rolar, rolar bolas, engatinhar, dar pulinhos como se rebatessem bola.)
(Música para os alunos vestidos de animaizinhos se retirarem)
APRESENTADOR: E cadê as palmas animadas para nossos pequenos artistas!
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Ato 6- A bailarina e o soldadinho de chumbo
APRESENTADOR: Agora o número mais lindo e esperado desta apresentação: O amor entre uma linda bailarina e um pequeno soldadinho de chumbo.
Esta história conta a história de uma linda bailarina e um soldadinho de chumbo em uma loja de brinquedos. O amor supera e faz valer cada minuto e sacrifício: Com vocês, a bailarina e o soldadinho!
(Entra uma ou várias bailarinas)
Entra um ou mais soldadinhos e dançam aos pares  com as bailarinas). https://www.youtube.com/watch?v=0qUM_E64BVA ( Música  Boneca de pano e Soldadinho de Chumbo, Os saltimbancos...
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Ato 7- Final: Os avós - A bailarina e soldadinho de chumbo
Ao final da apresentação da bailarina e do soldadinho de chumbo, as crianças Rafael, Marcelo e Pedro entram e abraçam a bailarina que na verdade era a vovó Madalena e o soldadinho que na verdade era o vovô Vicente e Marcelo fala:
- Essa é uma bela história vovô! Vocês fizeram um lindo par neste número quando crianças! Nós amamos vocês! Amamos o circo! Viva o circo!
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E todos entram no cenário para agradecer a presença do público.


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