Teatro:
LEMBRANÇAS DE UM SOLDADINHO DO CIRCO
(Autoria de Jaqueline
Marli da Costa- Fevereiro de 2019)
Cenário 1: Um velhinho bem velhinho
e uma velhinha bem velhinha, sentados num banco, pensativos.
Cenário 2: Lugar enfeitado para ser
um palco de circo
Ato 1- As
lembranças dos avós
NARRADOR:
Era uma vez, um velhinho chamado Vicente. Ele era um vovô
muito carinhoso e divertido, que as crianças amavam ficar ao redor ouvindo suas
histórias. Era uma vez também uma velhinha muito meiga, que se chamava Madalena
que sempre acompanhava o vovô, onde ele fosse.
Certo dia, depois de se servirem de um delicioso jantar,
eles foram se sentar num banquinho na varanda da sua humilde casa, olhando o
céu estrelado e uma bonita lua cheia que o deixava mais iluminado ainda. Os
olhos do senhor Vicente e de dona Madalena ficavam brilhando, como se
estivessem se lembrando de alguma coisa que passaram juntos tempos atrás.
Ficaram por um tempo em silêncio, observando. Quando de repente, ouviu-se um
barulho vindo do terreiro. Eram as crianças Marcelo, Pedro e Rafael, que vieram
visitar os vovôs. E já chegaram sorridentes e como de costume, pedindo as
bênçãos.
(Entram
3 crianças e se sentam ao redor dos vovôs)
MENINOS:
__ A bênção vovô! A bênção
vovó - disseram juntos.
AVÓS:
__
Deus o abençoe Pedro! Deus o bençoe Marcelo! Deus o abençoe Rafael!
VOVÓ:__
Vocês estão bem?
PEDRO:__
Sim vovó, estamos muito bem!
MARCELO: __ Vovô, o que vocês estão fazendo?
VOVÓ __ Estamos observando
a noite iluminada pelas estrelas e pela lua, daqui da varanda dá para ver esse
lindo espetáculo!
RAFAEL: __ E está uma noite linda mesmo. Vovô,
você sabia que chegou um circo na cidade? Estamos querendo assistir ao
espetáculo de estreia no sábado. Acho que será muito legal!
Os olhares do vovô Vicente e da vovó Madalena se cruzaram
e eles se lembraram dos bons tempos de criança e adolescência.
VOVÔ : __ Ah, o circo! Ah, meus netos, se
soubessem como era bom o circo antigamente!
RAFAEL: __
Vovô, você pode nos contar como era o circo?
(Então o vovô começou a se lembrar de uma história bem
antiga... Se possível, mudem a cor do da iluminação)
VOVÔ: __Olha
meus netos, existia um circo muito bom quando eu e sua avó éramos crianças, que
se chamava CIRCO ALEGRIA. E era mesmo uma grande alegria, pois trazia muita
diversão para as pessoas por onde passava.
Lá, onde costumava ficar
armado, sempre ficava iluminado. Todos os integrantes eram felizes e animados.
VOVÓ:
__
Sim, e eu me lembro de cada apresentação que faziam. Eram realmente muito bons!
Todos eram muito felizes mesmo. Quanta saudade!
Tinha
vários artistas e quem comandava o espetáculo era o apresentador João, que
animava a plateia com muita alegria contagiante.
( Vovô Vicente e vovó Madalena saem de
cena e vão se trocar para participarem do último ato da peça).
Ato
2- O circo
- APRESENTADOR: Entra dançando, fazendo versinhos:
BOA NOITE MENINOS, MENINAS,
MOÇOS, MOÇAS E CASAIS!
RESPEITÁVEL PÚBLICO. É UMA
GRANDE SATISFAÇÃO RECEBÊ-LOS EM NOSSO
CIRCO DA ALEGRIA!
NESTA NOITE ILUMINADA AQUI,
VOCÊS VERÃO MUITOS ARTISTAS ESPECIAIS.
SEJAM BEM VINDOS AO NOSSO
ESPETÁCULO!
QUE FARÃO VOCÊ SORRIR E SER FELIZ!
HOJE TEM MARMELADA?
HOJE TEM GOIABADA?
E O PALHAÇO O QUE É?
FEDORENTO E TEM CHULÉ!
( Risos)
(Entram os palhaços, TOMATE
E CHUVISCO que já chegam tropeçando e
caindo. conversam entre si e ficam ao redor do apresentador).
CHUVISCO -
Ei, o que disse? Palhaço tem chulé? Não sou eu!
(Diz o palhaço levantando o
pé)
- Tomate é você que está com
chulé daqueles de deixar o nariz entupido e os cabelos em pé.
TOMATE:
__
Eu não. É o apresentador que tem chulé e está de fraque e botina. (Riso)
APRESENTADOR: ---
Palhaços isso é só uma brincadeira, ninguém aqui tem chulé! Ou tem?
TOMATE:
João do céu! Eu tenho que te contar uma coisa que aconteceu conosco. Sabia que
nós dois já morremos?
APRESENTADOR:
__Cruzes! Já morreram? (Faz o sinal da cruz se benzendo e fazendo
de conta que está sentindo cheiro ruim). Por isso que está esse cheiro
ruim de chulé vencido no ar!
TOMATE:__ Não
seu ignorante! Não morremos de verdade. Vou te contar. Foi assim...
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(Música
do circo da Xuxa ou outra música de palhaço enquanto o apresentador se afasta)
-
Ato 3- Os palhaços Tomate e Chuvisco: ( A comédia dos palhaços é baseada na tradição circense).
Os palhaços TOMATE E CHUVISCO entram conversando:
CHUVISCO - Oi Tomate!
Tudo bem com você?
TOMATE - Oi Chuvisco!
Mais ou menos.
CHUVISCO - Você vai ao banco?
TOMATE - Não. Sabe o que está acontecendo?
CHUVISCO - O quê?
TOMATE - Estou sem dinheiro. Não tenho dinheiro nem para
comprar uma bala.
CHUVISCO - Ai! Eu estou morrendo de fome! Eu também estou
sem dinheiro para comprar comida.
TOMATE - E o que é que a gente faz para ganhar muito
dinheiro?
CHUVISCO - Ah eu não sei. Vamos pensar juntos. Você pensa
daqui e eu penso dali.
(E andam de um lado para
outro e depois em círculo, como que pensativos).
CHUVISCO - Já sei!
(Param na expectativa de uma
boa ideia)
CHUVISCO
- Não, não, não! Isso dá muito trabalho.
TOMATE
- Já sei!
(Param outra vez)
TOMATE – Aramos a terra, plantamos feijão, regamos o
feijão, capinamos o feijão, colhemos o feijão, debulhamos o feijão, cozinhamos
o feijão e então: tcham... Tcham... Tcham... COMEMOS FEIJÃO.
CHUVISCO – (Gritando) Eu odeio feijão! E já pensou no
tempão, seu burrão!
TOMATE – (Desiludido) É não dá!
(Continuam girando,
preocupados, apreensivos)
CHUVISCO – Já sei (Para de repente, trombando os dois e
caíndo)
TOMATE – Seu burro! Não dá para acender a luz traseira
quando for ter ideia?
(Levantam meio atordoados)
CHUVISCO - Eu tenho a solução.
TOMATE - Ah então toma água para passar!
CHUVISCO - Não seu palhaço! Não é soluço! È so – lu -
ção! Entendeu?
TOMATE - Não! Achei que disse que está com um grande
soluço!
CHUVISCO - Nããããão! Solução não é um soluço grande. É que
eu já sei o que podemos fazer.
TOMATE - Aaaaah! Por que não me disse antes?
CHUVISCO – Ai, ai, ai! É o que estou tentando fazer, né?
Seu palhaço! Eu já sei o que vamos fazer: você vai morrer!
TOMATE (assustado, ajoelhando-se)- Ai não! Por favor, não
me mate! Sou muito jovem ainda.
CHUVISCO - Não seu palhaço. Levanta daí! Você morre de
mentirinha!
TOMATE - E alguém morre de mentirinha?
CHUVISCO - Olha só, vou te explicar. Você vai se fingir
de morto e eu vou ficar chorando até chegar alguém para me dar um dinheiro para
te enterrar.
TOMATE – (Apavorado) O quê? Me enterrar? Ficou doido? Eu
tenho medo de minhocas, me dá abafamento! Fico sem ar só de pensar!
CHUVISCO – É burro mesmo! É de mentira, bestalhão!
TOMATE
– Ah, entendi! Daí ao invés de comprar caixão, a gente compra um monte de bala,
bombons e chocolate?
CHUVISCO - É. A gente pode ir à padaria, tá bom?
TOMATE - Então, está combinado. Pronto, morri!
( Diz se agachando).
CHUVISCO - Não é assim que morre, seu bobão.
TOMATE - Eu quem vou morrer e então, morro do jeito que
quiser!
CHUVISCO - Não é assim que se morre! Deita aí logo!
(O palhaço Tomate se deita e
o outro começa a chorar. Aparece uma moça)
MOÇA _ Ei, o que aconteceu?
CHUVISCO – (Chorando escandalosamente) Buá, buá, buá, o
meu amigo morreu!
MOÇA
- Ele morreu? Triste Buá! Buá!
CHUVISCO - É! Ele morreu! Buá,buá. (Grita mais alto)
MOÇA - Nossa, coitado! Morreu de quê?
CHUVISCO – Morreu de vinho verde.
MOÇA – Ele bebeu muito vinho?
CHUVISCO
– Não. Ele foi atravessar a rua e pensou que vinha o sinal vermelho para os carros.
MOÇA
– E daí?
CHUVISCO
– Vinhoverde!
MOÇA - Coitado! Mas tem que enterrar ele! Já
está fedendo.
CHUVISCO - Pois é! Não tenho dinheiro. Você tem uns
trocados para me dar para enterrar ele?
MOÇA- (Remexendo a bolsa) Não tenho muito, mas vou lhe
dar uns trocados. ( e dá R$1,00 para
Chuvisco)
CHUVISCO - Mas só isso, sua mão de vaca. Já viu alguém
ser enterrado com R$1,00?
MOÇA – (Ofendida) É. Não vale mais do que isso não. (E
vai embora).
CHUVISCO - Tomate, acorda! Já arranjei dinheiro olha! 1
real!
TOMATE - Espera só, eu gostei de ficar aqui deitado mortinho
da silva!
CHUVISCO - Levanta, seu palhaço! Você não quer o
dinheiro?
TOMATE - Ai, claro amigão. Só um real? Não dá para encher
a pança!
CHUVISCO - Mas é meu esse dinheiro. Você já viu morto
ganhar dinheiro? Agora é minha vez de morrer. Vou morrer então. Pronto, morri.
( E se deita no chão).
TOMATE - Fica bem quietinho que vou ficar chorando aqui.
Buá! Buá! (Chorando escandaloso).
(Passa por ali um homem e o vê chorando. Chega perto e
pergunta):
HOMEM - Ei, o que aconteceu? Por que está chorando?
TOMATE - AAAAH é o Chuvisco. Ele Morreu!!! – Chora alto.
HOMEM - Coitadinho!!! Mas morreu de quê?
TOMATE - Morreu por causa da vaca louca! Buá, buá...
HOMEM - Nossa, ele comeu carne estragada?
TOMATE - Não ele estava passando na rua, veio uma vaca
louca e PSSS passou em cima dele!
HOMEM - Nossa, coitado! Mas não vai enterrá-lo?
TOMATE – Enterrar como moço! Não tenho um centavo. Você
me dá um dinheiro para ajudar a enterrá-lo?
HOMEM - Vou ver aqui, não tenho muito dinheiro, mas...
Toma aqui R$1,00!
TOMATE - Só isso? Sua mão de vaca! Dá mais um pouco aí.
HOMEM - É só! Você ajunta mais e enterra ele.
(O homem vai embora)
TOMATE - Acorda palhaço, ela deu 1 real!
CHUVISCO - Só isso?
TOMATE - Então espera. R$1,00 mais R$1,00 dá R$3,00, né?
CHUVISCO – Não, né! Seu palhaço! Não sabe contar? São R$2,00.
TOMATE - Pior ainda, não dá para comprar nem um
refrigerante.
(O homem saiu e encontrou a
moça no meio do público ou num canto do palco e conversam):
MOÇA - Estou chateada, uma pessoa muito alegre que eu
conhecia morreu!
HOMEM
– Olha, eu também estou triste! Um cara que muitas vezes me fez rir morreu!
MOÇA
– Pois é! O Tomate bateu as botas, coitado!
HOMEM
– Uai, não foi o Chuvisco?
MOÇA
– Não! Foi o Tomate.
HOMEM
– Ihhhh! Isto está cheirando a trolagem! Vamos passar um aperto nos dois?
(Enquanto
Chuvisco e Tomate contam o dinheiro, o homem e a moça aproximam-se e começam a
falar alto).
HOMEM
- O Tomate morreu você ficou sabendo? (Tomate se deita no chão).
MOÇA - Não, foi o Chuvisco! ( Tomate levanta e Chuvisco
deita no chão.
(Segue a cena a vontade, pelo tempo que achar necessário,
ou seja, quando a moça fala que foi Tomate quem morreu, este deita no chão.
Quando o homem fala que foi Chuvisco, este se deita. Até que gritam ao mesmo
tempo).
MOÇA E HOMEM – CHUVISCO-TOMATE!
(Os
dois deitam e ficam como mortos!)
HOMEM – (teatral)
Oh, tragédia meu Deus! Dois mensageiros da alegria morrer assim, juntos.
MOÇA – Sim, muito triste! Eu juro que daria R$1.000 para
saber quem morreu primeiro!
HOMEM - E eu daria
dez mil reais para saber quem morreu primeiro!
(Os dois se levantam)
TOMATE - Eu que morri. Eu que morri.
CHUVISCO - Não. Fui eu. Fui eu...
HOMEM - Ah, sabia que era trolagem!
MOÇA
– Seus trapaceiros! Enganadores... E
correm atrás dos palhaços até saírem do palco.
(
música para os palhaços se retirarem)
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APRESENTADOR: --
E esses são os nossos divertidíssimos palhaços TOMATE E CHUVISCO. Palmas para eles!
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Ato 4 - Os mágicos:
APRESENTADOR: A
magia sempre fez nossos sentidos ficarem surpresos. Vocês gostam de mágicas?
Então com vocês, os mágicos!!!
( Entram os mágicos, fazendo
os truques de ilusionistas).
(Música para saírem)
APRESENTADOR: E esses foram os
mágicos mais espertos da face da Terra. Palmas para eles que eles merecem!
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Ato 4- Os equilibristas:
APRESENTADOR:
( Dança uma música engraçada por uns minutos.)
Os equilibristas vieram para
abrilhantar a nossa noite e nos dar um show de talentos. Com vocês, os
equilibristas!
(Entram os equilibristas com
bambolês, bolas, livros, – equilibrar
alguns objetos como um livro na cabeça, uma vassoura na palma da mão, uma bola
na cabeça, ou na mão, pé de lata, palito de picolé ou pazinha de madeira, etc.)
Viver é como andar de
bicicleta: É preciso estar em movimento para manter o equilíbrio. Palmas para
os nossos equilibristas e sua bela
apresentação.
(
Música para os equilibristas se retirarem)
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APRESENTADOR:
E
com vocês, mais um número circense que faz a criançada apaixonarem. Nossos
pequenos animais e seus adestradores. Lembrando que aqui em nosso circo, nossos
animaizinhos nunca serão maltratados.
Ato
5- Os animais do circo:
(Entram
crianças vestidas de adestradores e animais do circo, como cachorrinhos,
macacos, leão. Fazem coisas como passar dentro de bambolês, subir e descer
cadeiras, pequenos trajetos de circuito, rolar, rolar bolas, engatinhar, dar
pulinhos como se rebatessem bola.)
(Música
para os alunos vestidos de animaizinhos se retirarem)
APRESENTADOR: E
cadê as palmas animadas para nossos pequenos artistas!
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Ato
6- A bailarina e o soldadinho de chumbo
APRESENTADOR:
Agora o número mais lindo e esperado desta apresentação: O amor entre uma linda
bailarina e um pequeno soldadinho de chumbo.
Esta história conta a
história de uma linda bailarina e um soldadinho de chumbo em uma loja de
brinquedos. O amor supera e faz valer cada minuto e sacrifício: Com vocês, a
bailarina e o soldadinho!
(Entra
uma ou várias bailarinas)
Entra
um ou mais soldadinhos e dançam aos pares com as bailarinas). https://www.youtube.com/watch?v=0qUM_E64BVA ( Música
Boneca de pano e Soldadinho de
Chumbo, Os saltimbancos...
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Ato 7- Final: Os avós - A bailarina e
soldadinho de chumbo
Ao
final da apresentação da bailarina e do soldadinho de chumbo, as crianças
Rafael, Marcelo e Pedro entram e abraçam a bailarina que na verdade era a vovó
Madalena e o soldadinho que na verdade era o vovô Vicente e Marcelo fala:
- Essa é uma bela história vovô! Vocês
fizeram um lindo par neste número quando crianças! Nós amamos vocês! Amamos o
circo! Viva o circo!
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E todos entram no cenário para agradecer
a presença do público.